Política

Senadores protocolam pedido de CPI para investigar casos de assédio eleitoral

O Ministério Público do Trabalho já registrou centenas de denúncias

Senadores protocolam pedido de CPI para investigar casos de assédio eleitoral
Senadores protocolam pedido de CPI para investigar casos de assédio eleitoral
O senador Alexandre Silveira (PSD-MG). Foto: Pedro França/Agência Senado
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Senadores reuniram o número mínimo de 27 assinaturas para a instalação de uma CPI a fim de apurar denúncias de assédio eleitoral.

O pedido foi protocolado nesta terça-feira 25. Se aberta, a comissão terá 11 senadores titulares e sete suplentes para comandar trabalhos de investigação no período de 90 dias.

A autoria do requerimento é do senador Alexandre Silveira (PSD-MG). Segundo o senador Jean Paul Prates (PT-RN), um dos signatários, a CPI deve ser instalada após as eleições. A leitura deve ocorrer ainda nesta terça.

Os crimes apontados estão nos artigos 297, 299 e 301 do Código Eleitoral, que preveem penalidades para quem “impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio”, “oferecer dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto ou “usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos”.

O requerimento cita o caso de um frigorífico no município de Betim, em Minas Gerais, onde funcionários dizem ter sido obrigados a usar camisas de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Afirmam também que um patrão prometeu pernis caso o ex-capitão seja reeleito.

O estado de Minas é recordista em registros de casos de assédio eleitoral. O Ministério Público do Trabalho contabilizou 295 episódios até 21 de outubro deste ano.

“O assediador eleitoral se vale de sua condição de superior hierárquico para constranger seus subordinados a se curvar a seus interesses. Para tanto, deixam pairar de forma subliminar ameaças de retaliação no ambiente de trabalho e, no limite, até mesmo a demissão sem justa causa. Trata-se aqui de uma conduta odiosa, que merece não apenas o repúdio da sociedade brasileira, mas também a punição exemplar dos envolvidos”, diz o requerimento.

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