Política

Bolsonaro diz que tiros em Paraisópolis podem não ter motivação política

A campanha de Tarcísio de Freitas cita atentado; a Polícia, no entanto, não confirma a informação de que o bolsonarista era o alvo dos disparos

Foto: Reprodução
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) se pronunciou sobre o tiroteio em Paraisópolis, Zona Sul de São Paulo, que interrompeu a agenda de campanha do seu aliado Tarcísio de Freitas (Republicanos) nesta segunda-feira 17. Ao tratar do tema durante uma coletiva de imprensa em Brasília, o ex-capitão disse não ser possível afirmar que o caso se trata de um atentado político.

“É tudo preliminar ainda, não quero me antecipar se foi uma ação contra a equipe dele ou se algum conflito já estava havendo ou por haver na região”, disse. “Seria prematuro eu falar sobre isso”.

Em seguida, Bolsonaro citou um episódio em que dois tiros foram disparados em direção a uma igreja horas antes de um evento com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O caso ocorreu no Ceará na sexta-feira 14 e, segundo o ex-capitão, o autor dos disparos teria confessado ser do Comando Vermelho.

No depoimento, no entanto, o homem disse ser um vigilante e negou ser membro da facção criminosa. A investigação oficial também não apontou motivações políticas no caso e também contraria as informações dadas por Bolsonaro.

Apesar disso, Bolsonaro repetiu sem qualquer pudor a afirmação que já havia feito sobre o caso para reforçar que ainda não era possível afirmar que o episódio envolvendo a campanha de Tarcísio seja por motivações políticas. “Um caso já foi provado que tem a ver com conotação política, o caso do Tarcísio ainda não”.

Minutos antes, a campanha de Tarcísio, diferentemente do que fez Bolsonaro, foi menos comedida e disse ter sido vítima de um atentado criminoso. “Em primeiro lugar, estamos todos bem. Durante visita ao 1° Polo Universitário de Paraisópolis, fomos atacados por criminosos. Nossa equipe de segurança foi reforçada rapidamente com atuação brilhante da polícia. Um bandido foi baleado. Estamos apurando detalhes sobre a situação”, escreveu o candidato bolsonarista.

Na coletiva, porém, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, negou que o tiroteio tenha resultado em alguém ferido. Segundo informou o general com base em informações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), apenas um homem foi preso e ninguém foi ferido. “É mais um evento desagradável”, disse o militar.

As informações preliminares da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo também contrariam a versão do candidato. Segundo informam ao jornal O Globo desta segunda, o tiroteio teria ocorrido na comunidade e, a princípio, não estaria relacionado com a presença de Tarcísio no local, mas sim com uma perseguição de um suspeito, que teria sido baleado. O caso, reforçam, ainda está em apuração.

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