Sociedade
MP apresenta nova denúncia por crimes sexuais contra empresário preso nos Emirados Árabes
As novas denúncias se referem a uma vítima de Recife; Thiago Brennand teve prisão decretada em processo por lesão corporal, após agredir uma mulher em uma academia de São Paulo


Um dia após a prisão de Thiago Brennand, em Abu Dabi, capital dos Emirados Árabes, o Ministério Público apresentou uma nova denúncia contra o empresário envolvendo crimes sexuais.
O MP apontou uma sequência de crimes cometidos contra uma mulher de Recife: estupro (cinco vezes), cárcere privado, tortura e lesão corporal gravíssima, pelo fato de que o empresário se usou de força para tatuar suas iniciais na vítima.
A promotoria ainda relatou constrangimento ilegal praticado três vezes, ameaça (quatro vezes) e coação no curso do processo, a tentativa de obrigar a vítima a retirar a queixa. Ainda há registro não autorizado de intimidade sexual e divulgação de cena de estupro ou sexo (oito vezes).
A soma das penas para o conjunto podem chegar a 70 anos de prisão. Cada estupro, por exemplo, tem pena prevista de 6 a 10 anos. O tatuador citado no caso, e não teve o nome divulgado, também foi denunciado por tortura e lesão corporal gravíssima.
Os crimes teriam acontecido na mansão de Brennand em um condomínio de luxo de Porto Feliz, no interior de São Paulo, motivo pelo qual o caso tramita no fórum da cidade. A promotoria pública de Porto Feliz entrou com novo pedido de prisão preventiva contra Brennand, a partir das novas denúncias e o pedido estava em análise.
No entanto, o empresário já teve a prisão decretada no processo em que responde por lesão corporal e corrupção de menores, na 6ª Vara Criminal Fórum Criminal Central da Barra Funda, em São Paulo. O caso tem relação com a agressão cometida contra uma mulher em uma academia de São Paulo.
O processo de extradição do empresário já foi iniciado e as medidas relativas à sua transferência para São Paulo são de competência do Ministério da Justiça e Segurança Pública, autoridade central para a cooperação jurídica internacional. Ao chegar à capital caberá à Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) determinar em que unidade ele ficará preso.
Outras nove mulheres acusam o empresário de crimes sexuais. Ao menos cinco já foram ouvidas pelo Núcleo de Atendimento à Vítima de Violência (NAVV) do Ministério Público de São Paulo e teriam confirmado algum tipo de violência, mas os depoimentos são sigilosos.
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