Entrevistas
Armando Babaioff diz por que vota em Lula: ‘Não posso me esquecer de onde venho’
Em entrevista a CartaCapital, o ator criticou a gestão cultural de Bolsonaro e afirmou depender de políticas de fomento: ‘A política faz parte da minha vida’


Nos palcos do premiado espetáculo Tom na Fazenda, o ator Armando Babaioff diz já ter necessitado de políticas públicas de incentivo à cultura em diferentes momentos da carreira, até chegar ao atual estágio.
Em entrevista a CartaCapital no Instagram, o artista defendeu o voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e criticou a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL), sobretudo na área cultural.
Babaioff mencionou cortes em investimentos nas políticas de fomento e indícios de censura por parte do governo em relação às produções culturais no País.
“Tudo começou lá atrás. Não foi um pensamento que apareceu na minha cabeça do nada e que me fez falar assim: ‘Vou votar no Lula, é de esquerda’. Não”, afirmou. “Eu só estou aqui porque foi investido na minha educação. Então, não existe possibilidade de ser outra pessoa. Eu não posso esquecer de onde eu venho.”
Ver essa foto no Instagram
Natural de Recife, em Pernambuco, Babaioff foi ainda criança para o Rio de Janeiro com os pais. Iniciou o estudo de teatro na Escola Municipal Pio X, na zona oeste carioca. Começou a trabalhar na TV Globo após fazer testes para novelas e interpretou papéis como o Thales, de Tititi, um surfista que se apaixonava por outro homem.
Na eleição deste ano, Babaioff tem usado as suas redes para manifestar apoio a Lula.
“A política faz muito parte da minha vida diária. Eu dependo demasiadamente de política para sobreviver e para fazer o meu trabalho”, disse. “Tom na Fazenda é um espetáculo de teatro que já faço há cinco anos, que eu traduzi e produzi. (…) Eu ganhei um edital para fazer esse espetáculo. E foi a única vez que eu tive patrocínio. É um espetáculo que ganhou prêmios no Brasil e reconhecimento no exterior.”
A entrevista está disponível na aba de vídeos do perfil de CartaCapital no Instagram.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.