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Mercado secundário

O Nubank vai sair da Bolsa brasileira menos de um ano após abrir o capital

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Imagem: Nelson Almeida/AFP
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A saída do Nubank da Bolsa brasileira e a escolha de manter-se no mercado de ações de Nova York é um “alerta vermelho” para o mercado de capitais nacional. “É mais um farolzinho vermelho piscando ‘o custo Brasil é alto’, o que é muito ruim para o País”, adverte Gabriel Emir Moreira e Silva, superintendente da área de Projetos da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras. “Se o Brasil não se mexer para ser mais eficiente em termos de custos, haverá cada vez mais empresas a não priorizar suas operações no mercado local.” Gabriel Meira, especialista em ações da Valor Investimentos, reforça: “Possivelmente, teremos mais empresas de capital aberto optando por listar suas ações lá fora, porque o acesso a capital é mais barato, o procedimento é mais simples e o investidor nos EUA está mais acostumado a investir em empresas de crescimento, caso do Nubank, do que aqui no Brasil”. Depois de menos de um ano da abertura de capital nas duas Bolsas, o Nubank anunciou o cancelamento do registro na B3 em favor da Nyse. “Pegou muito mal no mercado”, diz Meira. “É uma facada no investidor que, lá atrás, comprou um papel mais caro ver o Nubank lhe virar as costas.”

Imagem: Adam Schultz/CGI


DRONES ECOLÓGICOS

Imagem: EMBRAPII/Esalq/USP

A Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), por meio da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, apoiou a startup Sardrones, de Ribeirão Preto (SP), no desenvolvimento do Dispenser Voador Sardrones. São copos biodegradáveis que carregam agentes biológicos a serem distribuídos nas lavouras por meio de drones, conforme a dosagem e o mapeamento predefinidos pelo produtor. O aplicativo desenvolvido em projeto apoiado pela EMBRAPII identifica as áreas onde foram lançados os agentes biológicos, possibilitando acesso a informações mais precisas e em tempo real de dados como temperatura, hora e local de distribuição.


CLIMÃO

Pesquisa da ONU, com apoio de instituições como ­BlackRock, BNP Paribas e Goldman ­Sachs, calcula que investidores podem sofrer perdas irreparáveis de 150 bilhões de dólares se prosseguir o desmatamento associado a ­commodities responsáveis pelo grosso do impacto ambiental negativo: carne bovina, soja, óleo de palma, celulose e papel. O estudo pondera os riscos climáticos das 40 maiores companhias do setor de alimentos e sua provável perda de valor de mercado, atualmente em 2,2 trilhões de dólares. Na média, as empresas podem perder 7,2% até o fim da década, com o setor de insumos caindo até 14% em valor de mercado.


FRANQUIAS 

O Banco Santander anunciou duas iniciativas inéditas para futuros franqueados: redução da taxa para financiamento da abertura do negócio, a partir de 1,49% ao mês, e o faturamento futuro da franquia como salvaguarda, em vez das chamadas “garantias reais” (imóveis, veículos, ou investimentos em nome do empreendedor). O Santander tomará como garantia os recebíveis a performar para financiar até 50% do valor da abertura do novo negócio. Além disso, concederá prazo de até seis meses para o início do plano de pagamento do financiamento.


ENCALHE

Os estoques de produtos de cinco dos maiores fabricantes de eletrodomésticos da China aumentaram 15% no primeiro semestre, para 98 bilhões de iuanes (14 bilhões de dólares), informa a agência de notícias Nikkei. Também saltaram nas duas maiores redes varejistas. A Gome Retail fechou o semestre com estoques para 81 dias, 50% acima do nível de três anos atrás. A Suning’s encerrou 2021 com estoques para 50 dias, 25% acima do nível de 2020. Até 2010, as vendas de eletrodomésticos na China cresciam a taxas de dois dígitos por ano. Neste primeiro semestre, caíram 9% no primeiro semestre, no rastro da crise do mercado imobiliário.

PUBLICADO NA EDIÇÃO Nº 1227 DE CARTACAPITAL, EM 28 DE SETEMBRO DE 2022.

Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título “Mercado secundário”

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