Marcos Coimbra
[email protected]Sociólogo, é presidente do Instituto Vox Populi e também colunista do Correio Braziliense.
Para Lula, não faz diferença ganhar em 2 ou 30 de outubro. Para o Brasil, o quanto antes, melhor
A pouco mais de uma semana da eleição, a dúvida que resta é se Lula derrota Bolsonaro no primeiro ou no segundo turno. Fora as “pesquisas” divulgadas pelo bolsonarismo, não há uma sequer que indique um desfecho diferente.
O motivo de continuar tão elevada a probabilidade da vitória de Lula é que nenhuma das apostas do capitão para melhorar suas chances deu certo. Tomou todas as medidas sugeridas por seus “estrategistas” e nada funcionou. Tentaram o que puderam, especialmente de junho em diante: mexeram no preço dos combustíveis (prejudicando as finanças estaduais com pedaladas no ICMS), despejaram bilhões para comprar o apoio do eleitorado popular, diretamente (com “auxílios” descaradamente populistas) e indiretamente (canalizando dinheiro para obras e serviços de interesse de aliados), exigiram dos bispos amigos a contrapartida das benesses recebidas (retribuídas com uma militância partidária escandalosamente imoral), mantiveram o tom abertamente ameaçador dos pronunciamentos militares (para assustar os eleitores), abusaram da usurpação de recursos e símbolos públicos, dando-lhes uso privado na campanha. Isso tudo, à vista de todos. Sem contar a bandalheira de sempre nos subterrâneos da internet (onde repetem a prática de disseminar mentiras e caluniar adversários).
Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
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