Sociedade
Cacique Raoni faz cirurgia cardíaca e usará marca-passo
O líder indígena foi internado na semana passada no hospital Dois Pinheiros, em Sinop, Mato Grosso, devido a um mal-estar


O cacique Raoni Metuktire, defensor emblemático da Amazônia, foi submetido a uma cirurgia cardíaca neste fim de semana por causa de uma arritmia e precisará usar um marca-passo, informou nesta segunda-feira 12 à AFP seu sobrinho-neto, Patxon Metuktire.
Raoni, de 92 anos, “foi operado, teve que colocar um marca-passo e seu coração voltou a bater normalmente. Está tudo bem agora”, explicou Patxon, afirmando que seu tio-avô teve alta nesta segunda.
O líder indígena foi internado na quinta-feira passada no hospital Dois Pinheiros, na cidade de Sinop, Mato Grosso, devido a um mal-estar que durava alguns dias.
“Raoni mandou informar que está tudo bem e agradece a quem lhe enviou energia positiva”, afirmou Patxon, explicando que o cacique descansa agora em uma unidade de saúde indígena na cidade de Peixoto de Azevedo, no Mato Grosso.
Raoni tinha previsto se apresentar nesta quarta-feira ao Parlamento Europeu, em Estrasburgo (nordeste da França), uma viagem que precisou cancelar devido a seu problema de saúde.
O cacique, famoso internacionalmente e reconhecido por seu grande disco labial – símbolo de um guerreiro disposto a morrer por sua terra – e seu cocar de penas amarelas, denuncia há mais de três décadas as ameaças contra os povos amazônicos por causa do desmatamento.
O líder dos kayapó, uma tribo nômade, continua dando demonstrações de combatividade apesar da idade, especialmente depois que o presidente Jair Bolsonaro assumiu o poder, em 2019, e o desmatamento voltou a disparar.
Em 2020, Raoni foi hospitalizado duas vezes, uma delas após contrair a Covid-19.
No ano passado, Raoni pediu que o Tribunal Penal Internacional investigue Bolsonaro por “crimes contra a humanidade”, acusando o presidente de “perseguir” os povos indígenas, destruir seu habitat e ignorar seus direitos.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.