Economia
Guedes considera prorrogar ‘estado de calamidade’ para bancar auxílio de R$ 600 em 2023
Pelas regras atuais, o benefício turbinado para tentar dar sobrevida à campanha de Bolsonaro termina em dezembro deste ano


O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira 1º que o governo de Jair Bolsonaro (PL) pode prorrogar um “estado de calamidade” para manter o pagamento do Auxílio Brasil de 600 reais no ano que vem.
Pelas regras atuais, estabelecidas com a aprovação da PEC Eleitoral pelo Congresso Nacional, o benefício turbinado para tentar dar sobrevida à campanha do ex-capitão termina em dezembro de 2022.
“É evidente que vamos pagar. Tem uma situação temporária. Se a guerra da Ucrânia continua, prorroga o estado de calamidade e paga os 600 reais. Agora, se acabou a guerra precisa de uma solução estrutural permanente. Ora, a Câmara já aprovou o imposto sobre lucros e dividendos”, declarou o ministro, após evento no Rio de Janeiro. A afirmação foi registrada pelo G1.
Guedes se refere, na verdade, ao estado de emergência estabelecido pela PEC Eleitoral, que libera do teto de gastos 41,25 bilhões de reais até o fim deste ano para a expansão do Auxílio Brasil e do vale-gás, a criação de auxílios a caminhoneiros e taxistas, o financiamento da gratuidade de transporte coletivo para idosos, a compensação a estados que concederem créditos tributários para o etanol e o reforço do programa Alimenta Brasil.
A proposta do Orçamento de 2023 enviada pelo governo Bolsonaro ao Congresso na quarta-feira 31 não apresenta previsão de aumento para o Auxílio Brasil. O valor médio incluído no texto é de 405 reais.
Na mensagem a acompanhar a proposta, a gestão federal diz que “envidará esforços” para manter em 2023 o auxílio de 600 reais, mas não aponta as opções consideradas para atingir o objetivo.
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