Economia
O mínimo em boa hora
O novo piso salarial vai ajudar a evitar o esfriamento da economia brasileira em 2012
Por Lucas Calegari
Neste início de 2012, quando os desdobramentos do cenário internacional alimentam incertezas e o novo salário mínimo local é visto como uma bênção, é inevitável a comparação entre as realidades brasileira e europeia. No Velho Continente, a lógica dos mercados financeiros viceja, e obriga os governos a promoverem políticas destinadas a desmantelar o Estado de Bem-Estar Social. Em alguns países, um dos alvos é justamente o piso salarial, sem garantia alguma de que tais medidas ajudarão a União Europeia a sair da crise. Por aqui, aposta-se justamente na valorização do piso salarial, promovida pelo Estado, como salvação da lavoura.
Vale registrar que, justamente na mesma semana em que o Brasil adota um mínimo de 622 reais, com aumento real de 9%, uma emissora de tevê europeia informa que a Comunidade pediu ao Ministério do Trabalho grego que, caso não haja acordo com sindicatos e trabalhadores, utilize um decreto para reduzir o salário mínimo, atualmente de 600 euros. Uma histórica inversão de papéis. De um lado o Brasil, com sua desigualdade social acentuada e seu arremedo de Welfare State, avança nas políticas institucionais voltadas aos que estão na base da pirâmide. De outro, a Europa vê suas principais conquistas e direitos sociais, obtidos ao longo dos últimos 50 anos, serem colocados em xeque.
Pelo que se viu até agora, a receita brasileira mostrou-se a mais acertada, tanto na prescrição quanto na dosagem. Anunciado ainda no início do primeiro semestre do ano passado, quando o nível de atividade da economia se mantinha elevado e a inflação preocupava uma parte dos analistas, o valor do reajuste previsto para janeiro de 2012 sofreu duras críticas. Neste momento, é reconhecido até pelos mais ortodoxos como um dos antídotos contra o esfriamento da demanda.
*Leia matéria completa na Edição 679 de CartaCapital, já nas bancas.
Por Lucas Calegari
Neste início de 2012, quando os desdobramentos do cenário internacional alimentam incertezas e o novo salário mínimo local é visto como uma bênção, é inevitável a comparação entre as realidades brasileira e europeia. No Velho Continente, a lógica dos mercados financeiros viceja, e obriga os governos a promoverem políticas destinadas a desmantelar o Estado de Bem-Estar Social. Em alguns países, um dos alvos é justamente o piso salarial, sem garantia alguma de que tais medidas ajudarão a União Europeia a sair da crise. Por aqui, aposta-se justamente na valorização do piso salarial, promovida pelo Estado, como salvação da lavoura.
Vale registrar que, justamente na mesma semana em que o Brasil adota um mínimo de 622 reais, com aumento real de 9%, uma emissora de tevê europeia informa que a Comunidade pediu ao Ministério do Trabalho grego que, caso não haja acordo com sindicatos e trabalhadores, utilize um decreto para reduzir o salário mínimo, atualmente de 600 euros. Uma histórica inversão de papéis. De um lado o Brasil, com sua desigualdade social acentuada e seu arremedo de Welfare State, avança nas políticas institucionais voltadas aos que estão na base da pirâmide. De outro, a Europa vê suas principais conquistas e direitos sociais, obtidos ao longo dos últimos 50 anos, serem colocados em xeque.
Pelo que se viu até agora, a receita brasileira mostrou-se a mais acertada, tanto na prescrição quanto na dosagem. Anunciado ainda no início do primeiro semestre do ano passado, quando o nível de atividade da economia se mantinha elevado e a inflação preocupava uma parte dos analistas, o valor do reajuste previsto para janeiro de 2012 sofreu duras críticas. Neste momento, é reconhecido até pelos mais ortodoxos como um dos antídotos contra o esfriamento da demanda.
*Leia matéria completa na Edição 679 de CartaCapital, já nas bancas.
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