Opinião
A flecha cortou a escuridão
No meu sonho, de início um pesadelo, descobrimos que o monstro, embora feio, era de papelão. Tóxico e perigoso, sim. Mas mole e sem solução
Hoje sonhei como um danado. Sonho confuso, impressionante e bizarro, repleto de criaturas da mente. Sonho grande e misturado. Pedaços desencontrados, um fragmento de visão. Restos diurnos, trechos reverberados, estilhaços do passado a tecer algum futuro.
No início, por horas sem fim, apenas um pesadelo torpe e difuso. Era meia-noite de lua nova e, numa água viscosa e fétida, algo nefasto se movia: um monstro violento e faminto, meio verde, meio marrom, prestes a emergir do fundo da lagoa. Do lodaçal profundo, o horror espreitava. Um medo fora de tom estendeu-se pela noite. O Apocalipse. O Armagedom.
Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.