Política
Sem Bolsonaro, talvez estivéssemos naquela boa alternância PT-PSDB, diz Haddad
Em sabatina, o petista afirmou ser possível criticar as gestões do PSDB em São Paulo mesmo com a presença de Alckmin na chapa nacional do PT


O candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, defendeu nesta quarta-feira 16 a aproximação de seu partido com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), vice de Lula nas eleições presidenciais deste ano. Também elogiou as disputas entre petistas e tucanos até a vitória de Jair Bolsonaro (PL) em 2018.
Em sabatina realizada pelos jornais O Globo e Valor e pela Rádio CBN, Haddad afirmou ser viável criticar as gestões do PSDB no estado mesmo com a presença de Alckmin na chapa nacional do PT. Acrescentou, porém, não ser possível comparar João Doria e Rodrigo Garcia ao vice de Lula.
“Eu vou falar com muita sinceridade o que eu penso. Eu sempre tive uma relação pessoal com o governador Alckmin conhecida e criticada, inclusive. Diziam que Haddad se dá bem com Alckmin, faz parceria com Alckmin. E fiz muitas. Sou amigo do seu primeiro-secretário de Educação, Gabriel Chalita, que foi meu vice”, afirmou o ex-prefeito da capital paulista. “No caso do Doria, eu posso fazer um arrazoado dos equívocos de gestão pública que foram cometidos, vocês vão ver que é muito diferente.”
Segundo Haddad, “não era óbvio para ninguém há um ano que Lula e Alckmin pudessem estar na mesma chapa”, mas “entre uma coisa e outra aconteceu o Bolsonaro”.
“Se não tivesse acontecido o Bolsonaro, talvez nós estivéssemos naquela boa alternância de poder PT-PSDB, que estava precisando dar uma chacoalhada, mesmo, mas não essa de um extremista completamente desqualificado assumir a Presidência da República e colocar o País em risco.”
Uma pesquisa Ipec encomendada pela TV Globo e divulgada na última segunda-feira 15 aponta que Haddad lidera a corrida ao governo de São Paulo com 17 pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
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