Política
Bolsonaro lamenta morte de Jô Soares, mas cita ‘divergências ideológicas’
Bolsonaro aproveitou a postagem para reforçar seu discurso político a favor da ‘liberdade’


O presidente Jair Bolsonaro foi às redes sociais lamentar a morte do humorista Jô Soares. Apesar de tecer elogios ao artista o chefe do Executivo cita na postagem “divergências” ideológicas. Jô Soares morreu na madrugada desta sexta-feira em São Paulo aos 84 anos. A causa da morte não foi revelada.
“Independentemente de preferências ideológicas, Jô Soares foi uma grande personalidade brasileira que conquistou a todos com seu modo cômico de discutir assuntos profundos. Que Deus conforte a família e o acolha com a cordialidade que o próprio Jô recebia a todos”, publicou o presidente.
– Independentemente de preferências ideológicas, Jô Soares foi uma grande personalidade brasileira que conquistou a todos com seu modo cômico de discutir assuntos profundos. Que Deus conforte a família e o acolha com a cordialidade que o próprio Jô recebia a todos.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) August 5, 2022
Bolsonaro aproveitou a postagem para reforçar seu discurso político a favor da “liberdade”. Para o presidente, há um processo de corrosão das liberdades individuais no País patrocinado pelo Supremo Tribunal Federal. “Jô sempre fez bom uso do seu direito de livre expressão. Por muitas vezes teceu duras críticas contra mim, inclusive. Mas foi por viver num país livre, não em um regime autoritário, que ele pode exercê-lo integralmente. Essa é a beleza da democracia”.
De acordo com Bolsonaro, as “divergências” com Jô agora não fariam diferença. “No fim das contas, as divergências pouca diferença fazem na hora de nossa partida para perto de Deus. O que fica são as nossas obras, e Jô Soares deixa para o Brasil um exemplo de postura, elegância e bom humor, e, por isso, tem o meu respeito”, escreveu o presidente nas redes sociais.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.