Política
Ministro da Defesa assina documento pró-democracia em conferência internacional
Além de Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, representantes de outros 20 países são signatários do texto
O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, assinou nesta quinta-feira 28 a Declaração de Brasília, um documento elaborado na Conferência de Ministros de Defesa das Américas que prevê a defesa de valores democráticos e a promoção da paz.
Ministros da Defesa de outros 20 países americanos também assinaram a declaração pró-democracia, que reafirma a preocupação com a preservação do meio ambiente, a ciberdefesa, a contenção da pandemia e o reconhecimento das mulheres nas questões de segurança nacional.
O documento está em consonância com os compromissos propostos na Carta Democrática Interamericana, que, por sua vez, afirma que “os povos da América têm direito à democracia e seus governos têm a obrigação de promovê-la e defendê-la”.
No texto assinado nesta quinta, os países também declaram que a invasão da Ucrânia não é o “meio legítimo para resolver disputas”. Há, porém, a ressalva de que Brasil, Argentina e México consideram que a Organização das Nações Unidas seria o palco legítimo para discutir o assunto.
Estados Unidos, Canadá, Colômbia, Equador, Paraguai, Haiti, Guatemala e República Dominicana destacaram uma “reprovação de maneira incisiva sobre a invasão ilegal, injustificável e não provocada da Ucrânia”.
Em nota, o Ministério da Defesa brasileiro afirmou que o evento foi importante para “firmar tratativas e negócios visando ao fomento e ao desenvolvimento da Base Industrial de Defesa nacional, além de palco para discussões atuais sobre Defesa e Segurança”.
O fórum é composto por representantes de 34 nações e o Brasil é o País anfitrião do evento no biênio 2021-2022.
Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira é aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) na tentativa de implementar mudanças no processo eleitoral brasileiro.
O ministro solicitou ao Tribunal Superior Eleitoral que aprovasse sugestões feitas pelas Forças Armadas sobre o sistema de votação, entre elas a função fiscalizadora e de auditoria das entidades que participam do processo.
A conferência ocorreu pouco mais de uma semana depois de Bolsonaro reunir embaixadores em Brasília para repetir fake news sobre as urnas eletrônicas e atacar a Justiça Eleitoral. Nogueira de Oliveira estava presente.
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