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SP terá ato ecumênico pela morte de Bruno Pereira e Dom Phillips na Sé
A manifestação será realizada na Catedral da Sé, no sábado 16, às 10h
Entidades dos direitos humanos farão uma mobilização no sábado 16, em São Paulo, para protestar contra as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips e cobrar proteção aos povos indígenas.
Intitulado, Bruno e Dom presentes: em defesa dos povos indígenas do Brasil, o ato é organizado pela Frente Inter-religiosa Dom Paulo Evaristo Arns por Justiça e Paz, em parceria com a Comissão Justiça e Paz de SP, a Comissão Arns, o Instituto Vladimir Herzog e a OAB-SP.
“Este encontro inter-religioso pretende ressaltar a importância de defender a vida, a terra e a cultura dos povos indígenas e tradicionais, proteger o meio ambiente e aqueles que lutam para preservá-lo, em meio a violações sistemáticas e institucionalizadas de direitos”, destacam as instituições.
Já estão confirmadas na manifestação a presença da viúva de Dom Phillips, Alessandra Sampaio, e da viúva de Bruno Pereira, Beatriz Matos. Também estarão presentes as lideranças indígenas Davi Gaurany e Máximo Wassu.
Também integram a manifestação os cantores Daniela Mercury, Marlui Miranda, também pesquisadora da cultura indígena brasileira, Chico César e a soprano Tati Helene.
Em um manifesto, as organizações chamam a atenção para a escalada da violência contra os povos indígenas e tradicionais, fruto do descaso oficial e do desmonte de políticas públicas de preservação do meio ambiente, e cobram justiça pelas vítimas.
“Honrar a memória desses defensores de direitos humanos exige dar continuidade à sua bem-aventurada missão. Assim, devemos relatar e denunciar a violência que se impõem sobre esses povos, exigir que sejam tomadas as providências devidas para a sua proteção, e transformar todas as crenças e estruturas que dão espaço para a violência”, diz um trecho do documento.
“Esses não são crimes isolados. São o resultado de um sistema econômico e político que mata e desmata. Um sistema em que a ganância financeira se sobrepõe à vida; em que a pilhagem de recursos naturais é tolerada e incentivada; um sistema que promove arrogância e desconexão com a terra, com a água e com o ar que nos sustentam, e fazem da poluição o nosso habitat; e que silencia, torna invisível e desumaniza aqueles que se contrapõem ao seu funcionamento, tornando-os alvo fácil da violência. Ao longo dos séculos, argumentos políticos, econômicos e até mesmo religiosos foram utilizados em nossa sociedade para legitimar e sustentar essa visão de mundo. Basta! Não é este o futuro que queremos para o nosso país”.
A manifestação será realizada na Catedral da Sé, às 10h, em São Paulo.
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