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Flávio não descarta reação violenta de apoiadores em caso de derrota de Bolsonaro

Senador diz que presidente não incentivará, mas questiona: ‘Como a gente tem controle sobre isso? Uma parte considerável da opinião pública não acredita no sistema de urnas eletrônicas’

Flávio não descarta reação violenta de apoiadores em caso de derrota de Bolsonaro
Flávio não descarta reação violenta de apoiadores em caso de derrota de Bolsonaro
Foto: Roque de Sá/Agência Senado
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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que o seu pai, o presidente Jair Bolsonaro (PL), não tem intenção de dar um golpe em caso de derrota na eleição de outubro deste ano, mas alertou que não tem controle sobre a reação dos apoiadores.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada nesta quinta-feira 30, o parlamentar cobrou uma posição do Tribunal Superior Eleitoral sobre as recomendações feitas pelas Forças Armadas para as urnas eletrônicas.

“Essa resistência do TSE em fazer o processo mais seguro e transparente obviamente vai trazer uma instabilidade. E a gente não tem controle sobre isso”, disse o senador. “Uma parte considerável da opinião pública não acredita no sistema de urnas eletrônicas”.

As declarações reforçam o embate travado entre o governo federal e membros do Tribunal Superior Eleitoral e Supremo Tribunal Federal. Nos últimos dias, ministros das Cortes têm refutado qualquer possibilidade de golpe em duros recados a Bolsonaro.

“Vocês podem confiar que quem ganhar, vai assumir. Não vai ter risco nenhum porque o Supremo vai estar atento a isso”, teria dito o presidente do STF, Luiz Fux, a deputados nesta semana.

Já Edson Fachin, que preside o TSE, reforçou que a Justiça Eleitoral vai realizar eleições íntegras, seguras e pacíficas.

Sobre a possibilidade de apoiadores de Bolsonaro tentarem um levante, como ocorreu nos Estados Unidos, Flávio não descartou a possibilidade.

“Como a gente tem controle sobre isso? No meu ponto de vista, o (Donald) Trump não tinha ingerência, não mandou ninguém para lá (invadir o Capitólio). As pessoas acompanharam os problemas no sistema eleitoral americano, se indignaram e fizeram o que fizeram”, afirmou. “Não teve um comando do presidente e isso jamais vai acontecer por parte do presidente Bolsonaro. Ele se desgasta. Por isso, desde agora, ele insiste para que as eleições ocorram sem o manto da desconfiança”.

 

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