Mundo

Rússia bombardeia capital da Ucrânia antes de cúpula do G7 na Alemanha

Quatro explosões foram registradas em Kiev e atingiram um complexo residencial perto do centro

Rússia bombardeia capital da Ucrânia antes de cúpula do G7 na Alemanha
Rússia bombardeia capital da Ucrânia antes de cúpula do G7 na Alemanha
Foto: NICOLAS GARCIA / AFP
Apoie Siga-nos no

A Rússia bombardeou um bairro residencial em Kiev, capital da Ucrânia, neste domingo 26, horas antes do início da cúpula do G7 na Alemanha, onde será discutida a devastadora ofensiva russa para tomar a região do Donbass, no leste.

Quatro explosões foram registradas por volta das 6h (0h30 em Brasília) em Kiev e atingiram um complexo residencial perto do centro, causando um grande incêndio, segundo jornalistas da AFP presentes no local.

Pelo menos duas pessoas foram hospitalizadas, disse o prefeito da capital, Vitaly Klitschko, no Telegram, especificando que havia pessoas “sob os escombros”, o que poderia agravar o número de vítimas.

A capital ucraniana não registra ataques russos desde o início de junho e os de domingo ocorrem antes do início da cúpula do G7 no sul da Alemanha e alguns dias antes da cúpula da Otan em Madri, na próxima semana.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, descreveu os novos bombardeios russos em Kiev como uma “barbárie” durante a cúpula do G7.

“É mais uma barbárie dele”, respondeu Biden a jornalistas que lhe perguntaram sobre os ataques russos a um bairro residencial de Kiev, durante a cúpula que acontece aos pés dos Alpes, na região alemã da Baviera.

Trata-se de “intimidar os ucranianos (…) dada a proximidade da cúpula da Otan”, disse Klitschko após as explosões. Na cúpula do G7, os líderes das sete principais nações industrializadas – Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos – buscarão, entre outros, fortalecer o apoio à Ucrânia.

O Reino Unido, que anunciou ajuda adicional que pode chegar a US$ 525 milhões, alertou no sábado contra qualquer “fadiga” no apoio a Kiev, o que poderia favorecer o líder russo Vladimir Putin.

O Reino Unido, juntamente com os Estados Unidos, Canadá e Japão, também proibirá a importação de ouro russo como parte das novas sanções impostas a Moscou pela invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse no sábado que participará por videoconferência da cúpula do G7 diante de um conflito que está entrando em seu quinto mês e corre o risco de se prolongar. Zelensky, que considera as sanções “insuficientes”, solicitará novas entregas de armas pesadas e sistemas de defesa antiaérea para neutralizar o avanço russo.

“Este é um passo na guerra, moralmente difícil, emocionalmente difícil (…) Não é só a destruição das nossas infraestruturas, é também a pressão cínica e calculada sobre as emoções da população”, lamentou.

No sábado, os militares relataram um “ataque russo maciço… com mais de 50 mísseis de vários tipos lançados do ar, mar e terra” na noite anterior vindos de Belarus. O corpo armado enfatizou que o X-22, Onyx e Iskander eram “extremamente difíceis” de interceptar com dispositivos ucranianos.

Putin, por sua vez, anunciou que seu país entregaria mísseis capazes de transportar ogivas nucleares para Belarus “nos próximos meses”. Trata-se do Iskander-M, afirmou o líder russo durante uma reunião com seu colega bielorrusso, Alexander Lukashenko, em São Petersburgo, no noroeste da Rússia.

Ambos os líderes também disseram que queriam modernizar a aviação bielorrussa para que possa transportar armas nucleares. Minsk não está oficialmente envolvida no conflito, mas como aliado do Kremlin, fornece apoio logístico.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo