Economia
A conta não fecha
A inadimplência alcança 12% do PIB


Com 66.132.670 consumidores no vermelho, abril registrou o recorde de inadimplentes da série histórica da Serasa Experian, iniciada em 2016, com um endividamento total de 271,6 bilhões de reais, ou 12% do PIB. A maior parte (28,1%) corresponde a dívidas com bancos e cartões. Contas básicas como água, luz e gás representam 22,9%. Segundo o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, o aumento da inadimplência no decorrer de 2022 era uma consequência esperada ante a crise econômica. Rabi também destacou a importância do Cadastro Positivo para os consumidores obterem melhores condições de crédito. Estudo da empresa mostra que a base de dados para análise de crédito já beneficiou 22,1 milhões de consumidores (14% da população adulta) com condições de crédito mais vantajosas. O levantamento mostrou que esses 22,1 milhões de consumidores possuíam o Serasa Score abaixo de 500 e, por isso, poderiam não ser aprovados em análises de concessão feitas pelo mercado de financiamento e empréstimos. Acontece que essa pontuação baixa era resultado não de calotes, mas da insuficiência de informações que os emprestadores detinham sobre os possíveis tomadores de crédito, o que foi resolvido pelo Cadastro Positivo.
Imagem: Chevron Corporation
ENERGIA
Imagem: iStockphoto
Os investimentos globais em energia devem crescer 8% neste ano, para 2,4 trilhões de dólares, em relação ao nível anterior à pandemia, liderados pela expansão em fontes limpas e renováveis. O incremento ainda é, no entanto, insuficiente para reduzir os preços ou cumprir as metas climáticas globais, reporta a Agência Internacional de Energia. Espera-se que os gastos com energia limpa excedam 1,4 trilhão de dólares em 2022, muito aquém dos cerca de 2,8 trilhões necessários para cumprir as promessas climáticas atuais até 2030 e ainda atrás dos mais de 4 trilhões para alcançar as emissões líquidas zero até 2050.
FOREVER?
Enquanto a cadeia de vestuário Forever 21 fechava as portas no Brasil, a marca Le Bronstein mudou de um espaço compartilhado de 65 metros quadrados em um shopping para uma loja de 800 metros quadrados, com três andares, na Rua Oscar Freire, em São Paulo. A estilista Lethicia Bronstein, que criou a marca em plena pandemia, atribui o desempenho à preferência dos brasileiros por peças de maior durabilidade e Made in Brazil. “Criei a Le Bronstein com o mindset das pessoas melhorarem o guarda-roupas que já têm, não trocar todas as peças a cada estação e faço questão de sempre reforçar isso pelas redes sociais”.
VOLKS
A Volkswagen Caminhões e Ônibus abriu a primeira concessionária desenhada especialmente para o e-Delivery, o caminhão elétrico da marca. A loja em São José dos Pinhais (PR) é equipada com todas as ferramentas especiais e isolamento da alta tensão que alimenta o caminhão elétrico. Em uma área de quase 40 mil metros quadrados, com investimento superior a 35 milhões de reais, a nova concessionária também está capacitada para todos os serviços clássicos das concessionárias VWCO, além dos boxes direcionados para o e-Delivery, e dispõe ainda de três carregadores dos caminhões elétricos para uso dos clientes.
CORRUPÇÃO
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O Brasil caiu da 6ª para a 10ª posição no Índice de Capacidade de Combate à Corrupção de 2022, elaborado pelo Council of Americas parceria com a consultoria Control Risks. A pontuação do Brasil caiu 6% no último ano, acumulando uma baixa de 22% desde 2019, primeira edição do indicador. Segundo Mario Braga, analista sênior da Control Risks, a capacidade do Brasil de combater a corrupção tem caído sob o governo Bolsonaro e pode piorar se ele for reeleito.
PUBLICADO NA EDIÇÃO Nº 1214 DE CARTACAPITAL, EM 29 DE JUNHO DE 2022.
Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título “A conta não fecha”
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