Política
Construtoras dominam lista de doações milionárias
Quatro empresas ligadas à construção civil doaram mais de um milhão de reais aos candidatos das eleições municipais de 2012 até aqui
Companhias ligadas à construção civil dominam a lista das empresas que mais doaram a partidos, comitês e candidatos no primeiro mês da campanha eleitoral de 2012. Entre as oito empresas que doaram mais de um milhão de reais até aqui, há três construtoras e uma empresa de engenharia. Dois bancos, uma importadora e uma empresa ligada à educação completam a lista.
A empresa que colocou mais dinheiro na eleição, segundo balanço com dados até 6 de agosto, foi a Construtora OAS. Ela deu 5,22 milhões de reais para comitês e candidatos de cinco partidos diferentes. A maior parte desse dinheiro, 3,37 milhões de reais, corresponde às chamadas “doações ocultas”. A prática, autorizada por lei, consiste em entregar o dinheiro para um partido ou comitê que posteriormente repassa o dinheiro aos candidatos. Dessa forma, o eleitor fica impedido de saber quem bancou a campanha de cada postulante. A OAS doou dinheiro a diretórios e comitês do PMDB, PT, PTB e PCdoB.
A empresa financiou diretamente as campanhas de três candidatos petistas à prefeitura. Fernando Haddad, de São Paulo, recebeu 750 mil reais. Humberto Costa, do Recife, e Nelson Pellegrino, de Salvador, receberam 500 mil reais cada. A construtora também doou 50 mil reais para o candidato a prefeito do Rio de Janeiro Rodrigo Maia (DEM) e ao seu pai, o candidato a vereador e ex-prefeito César Maia. A reportagem tentou contato com a OAS mas não obteve respostas sobre os critérios que a empresa usa para fazer as doações.
As doações feitas por empresas até agora somam 46,5 milhões de reais, 11,8% do total de 395 milhões de reais que circulou na campanha. Confira as empresas que doaram mais aos candidatos até aqui:
Construtora OAS R$ 5.220.000,00
Construtora Andrade Gutierrez R$ 4.350.000,00
Banco Alvorada R$ 3.700.000,01
Instituto Cultural Newton Paiva Ferreira R$ 1.500.000,00
Construtora Queiroz Galvão R$ 1.450.000,00
Carioca Christiani Nielsen Engenharia R$ 1.400.000,00
Coimbra Importação e Exportação R$ 1.286.432,23
Banco BMG R$ 1.279.000,00
A próxima prestação de contas dos partidos e candidaturas deve acontecer no dia 6 de setembro.
Transparência é novidade
Pela primeira vez no Brasil, é possível saber o nome dos doadores antes da eleição. Com base na Lei de Acesso à Informação, sancionada no ano passado, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Carmen Lúcia determinou na última sexta-feira 25 que o nome dos doadores, CNPJs ou CPFs e valores fossem divulgados nas declarações parciais entregues pelos candidatos.
A lei, sancionada no ano passado, assegura “a divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações”. Na interpretação da ministra, isso se sobrepõe à antiga regra eleitoral que só obrigava a revelação dos nomes dos doadores após o pleito.
Antes da ministra, o juiz Marlon Reis já havia tomado uma decisão semelhante para .
Companhias ligadas à construção civil dominam a lista das empresas que mais doaram a partidos, comitês e candidatos no primeiro mês da campanha eleitoral de 2012. Entre as oito empresas que doaram mais de um milhão de reais até aqui, há três construtoras e uma empresa de engenharia. Dois bancos, uma importadora e uma empresa ligada à educação completam a lista.
A empresa que colocou mais dinheiro na eleição, segundo balanço com dados até 6 de agosto, foi a Construtora OAS. Ela deu 5,22 milhões de reais para comitês e candidatos de cinco partidos diferentes. A maior parte desse dinheiro, 3,37 milhões de reais, corresponde às chamadas “doações ocultas”. A prática, autorizada por lei, consiste em entregar o dinheiro para um partido ou comitê que posteriormente repassa o dinheiro aos candidatos. Dessa forma, o eleitor fica impedido de saber quem bancou a campanha de cada postulante. A OAS doou dinheiro a diretórios e comitês do PMDB, PT, PTB e PCdoB.
A empresa financiou diretamente as campanhas de três candidatos petistas à prefeitura. Fernando Haddad, de São Paulo, recebeu 750 mil reais. Humberto Costa, do Recife, e Nelson Pellegrino, de Salvador, receberam 500 mil reais cada. A construtora também doou 50 mil reais para o candidato a prefeito do Rio de Janeiro Rodrigo Maia (DEM) e ao seu pai, o candidato a vereador e ex-prefeito César Maia. A reportagem tentou contato com a OAS mas não obteve respostas sobre os critérios que a empresa usa para fazer as doações.
As doações feitas por empresas até agora somam 46,5 milhões de reais, 11,8% do total de 395 milhões de reais que circulou na campanha. Confira as empresas que doaram mais aos candidatos até aqui:
Construtora OAS R$ 5.220.000,00
Construtora Andrade Gutierrez R$ 4.350.000,00
Banco Alvorada R$ 3.700.000,01
Instituto Cultural Newton Paiva Ferreira R$ 1.500.000,00
Construtora Queiroz Galvão R$ 1.450.000,00
Carioca Christiani Nielsen Engenharia R$ 1.400.000,00
Coimbra Importação e Exportação R$ 1.286.432,23
Banco BMG R$ 1.279.000,00
A próxima prestação de contas dos partidos e candidaturas deve acontecer no dia 6 de setembro.
Transparência é novidade
Pela primeira vez no Brasil, é possível saber o nome dos doadores antes da eleição. Com base na Lei de Acesso à Informação, sancionada no ano passado, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Carmen Lúcia determinou na última sexta-feira 25 que o nome dos doadores, CNPJs ou CPFs e valores fossem divulgados nas declarações parciais entregues pelos candidatos.
A lei, sancionada no ano passado, assegura “a divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações”. Na interpretação da ministra, isso se sobrepõe à antiga regra eleitoral que só obrigava a revelação dos nomes dos doadores após o pleito.
Antes da ministra, o juiz Marlon Reis já havia tomado uma decisão semelhante para .
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