Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

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‘A gente está ao deus-dará’, diz Leila Pinheiro sobre momento político

Cantora fala dos novos trabalhos, da admiração por Renato Russo e os desafios das lives

‘A gente está ao deus-dará’, diz Leila Pinheiro sobre momento político
‘A gente está ao deus-dará’, diz Leila Pinheiro sobre momento político
Foto: Possato/Divulgação
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A cantora e compositora Leila Pinheiro completou 40 anos de carreira durante a pandemia. Em isolamento social, chegou a lançar quatro álbuns, mas somente agora eles têm sido apresentados ao público presencialmente.

Um é com o pianista Antonio Adolfo, no disco Vamos Partir Pro Mundo, um trabalho com repertório de composições de Antonio Adolfo e Tibério Gaspar, autores dos clássicos Sá Marina e Teletema.

Outro álbum é com o grupo instrumental Seis com Casca. Ainda lançou na pandemia Melhor que Seja Rara, de piano e voz. Aliás, o piano foi companheira de suas mais de 100 lives que fez no período – e segue fazendo, embora com menos frequência.

Também lançou um disco sobre a obra de Cazuza. Leila Pinheiro disse ser “fascinada” pelas letras do ex-vocalista do Barão Vermelho e Renato Russo, embora não seja ligada ao rock nacional. Com o ex-líder do Legião Urbana, chegou a compor a música Hoje.

“Queria que as letras do Renato chegassem ao meu público. Com a força que me arrebatavam”, diz sobre o disco que gravou em 2010 sobre obra do cantor.

Em 1996, Leila Pinheiro lançou Catavento e Girassol com músicas de Guinga, um compositor ainda desconhecido na época, e Aldir Blanc. Conta ela que se reunia com Guinga e os músicos Jorge Helder (baixista) e Lula Galvão (guitarrista) em seu estúdio em casa, sentados no chão, para decidir o repertório e fazer arranjos.

Guinga escolhia uma canção, ela era enviada para Aldir e a letra vinha pelo fax. O disco foi um enorme sucesso.

Com as frequentes lives, diz que quando retornou ao show presencial, num teatro do Rio de Janeiro, reparou que parte do público era gente que foi ouvi-la depois de conhecê-la em suas lives.

“Era para sobreviver [sobre a realização das lives], no sentido mesmo de viver: se eu parar de tocar eu morro”.

A cantora comentou estar “apreensiva” com o momento. “ “Quando você está lidando com pessoas que têm alguma racionalidade, alguma responsabilidade, tudo bem, mas você está lidando com extraterrestre, que baixou aqui e resolveu destruir tudo. Ninguém sabe o que vai acontecer”, comentou. “A gente está ao deus-dará e a arte então. Mas vamos vencer essa briga”.

Assista a entrevista de Leila Pinheiro na íntegra:

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