Política

Câmara de Curitiba avança em projeto para homenagear psicóloga defensora da ‘cura gay’

Deuza Avellar também é conhecida por posições contrárias à ‘ideologia de gênero’; texto ainda precisa ser aprovado no segundo turno

Câmara de Curitiba avança em projeto para homenagear psicóloga defensora da ‘cura gay’
Câmara de Curitiba avança em projeto para homenagear psicóloga defensora da ‘cura gay’
A psicóloga Deuza Avellar pode se tornar Cidadã Honorária de Curitiba. Foto: Reprodução
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A Câmara Municipal de Curitiba aprovou em primeiro turno, nesta segunda-feira, a Cidadania Honorária para a psicóloga carioca Deuza Maria de Avellar, conhecida por promover a “cura gay” – terapia condenada pelo Conselho Federal de Psicologia por prometer a mudar orientação sexual de homossexuais. Por 20 votos favoráveis, cinco contrários e duas abstenções, a homenagem avançou na câmara da capital paranaense.

Autor da proposta, o vereador Ezequias Barros (PMB) defendeu a psicóloga como “uma mulher de extremo valor, que faz a diferença por onde passa. Tem suas posições muito bem definidas”. A Sargento Tânia Guerreiro (União) e Denian Couto (Pode) também aproveitaram para elogiar a homenageada.

Na oposição, os petistas Renato Freitas, Professora Josete e Carol Dartora fizeram um encaminhamento contrário. Dartora apresentou um parecer em separado no qual apontou que a homenageada não atendia os critérios do Regimento Interno da Câmara por “princípios constitucionais”.

– Homenagear uma psicóloga que se coloca para fazer tratamento sexual, cura gay e coisas desse tipo é algo que essa Casa não deveria tolerar porque já se tornou insustentável querer coibir essa expressão da diversidade humana – disse Dartora, que pediu a retratação de Barros.

A profissional homenageada também é militante contrária da “ideologia de gênero”, expressão não reconhecida no mundo acadêmico, mas que é usada pelos grupos conservadores para falar da diferença entre sexo biológico e gênero.

Nas redes, Deuza Avellar se intitula como “psicóloga e ativista pró família” e participa de debates de temas conservadores e cristãos. Recentemente, ela palestrou em eventos sobre a “Responsabilidade do Cristão na Política” e “Sexualidade e os desafios da igreja”.

A votação ocorreu durante o mês do orgulho LGBTQIA+. Nesta segunda, outras duas propostas foram votadas. A homenagem ainda precisa ser aprovada em segundo turno. Posteriormente, o projeto pode ser vetado pelo Executivo.

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