Mundo
Petro projeta vitória na Colômbia e triunfo de Lula no Brasil por uma nova América Latina
‘Uma América Latina que valoriza o conhecimento, a cultura e a agricultura’, afirmou o colombiano, destacando também o governo Boric, no Chile


O candidato da esquerda à Presidência da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou que uma vitória contra o milionário Rodolfo Hernández, aliada ao triunfo de Lula (PT) no Brasil, em outubro, levará ao início de um novo movimento latino-americano.
“Uma América Latina que valoriza o conhecimento, a cultura e a agricultura”, disse Petro ao jornal espanhol El País, destacando também o governo de Gabriel Boric, no Chile.
O segundo turno na Colômbia acontecerá em 19 de junho. Neste momento, as pesquisas indicam empate técnico, o que eleva o clima de incerteza. No primeiro turno, Petro liderou com 40% dos votos. Hernández, por sua vez, surpreendeu e chegou à segunda posição com 28%.
Ao veículo espanhol, Petro voltou a adotar um forte discurso em defesa do meio ambiente. Pregou o fim de uma economia extrativista e criticou a tentativa da Colômbia de ‘imitar’ a Venezuela ao vender petróleo e importar o restante. Segundo ele, é preciso implementar o acordo de paz de 2016 com as Farc, o que permitiria ao país receber o triplo de turistas e cortar pela metade as divisas do petróleo.
Gustavo Petro reforça, ao longo de toda a campanha, a necessidade de acelerar a transição para fontes de energia limpa e de incentivar uma ampla agenda ambiental.
No campo econômico, ele defendeu a El País uma reforma tributária que ajude a equilibrar as contas do Estado. A mudança, afirmou, não deve ampliar os tributos sobre alimentos, mas “afetar a camada mais rica do país”. Cobrando mais impostos dos ricos, prosseguiu, seria possível financiar investimentos sociais.
Construir essa nova Colômbia, completou Gustavo Petro, “implica reformas e pisar nos calos do privilégio”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Lula rebate Ciro e diz que pedetista precisa ‘tomar um calmante’
Por Getulio Xavier
38% dos eleitores de Ciro podem votar em Lula para a eleição acabar no 1º turno
Por CartaCapital
Lula abre 16 pontos de vantagem e poderia vencer no 1º turno, diz Quaest
Por Getulio Xavier