Saúde

ANS autoriza reajuste de 15% em planos de saúde individuais, a maior alta em 22 anos

A argumento é de que houve um custo adicional no orçamento médico-hospitalar e, por outro lado, o uso dos planos diminuiu

ANS autoriza reajuste de 15% em planos de saúde individuais, a maior alta em 22 anos
ANS autoriza reajuste de 15% em planos de saúde individuais, a maior alta em 22 anos
Foto: iStock
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A diretoria da Agência Nacional de Saúde aprovou, nesta quinta-feira 26, um reajuste de 15,5% nos planos individuais e familiares. A medida afeta 8 milhões de beneficiários e começa a ser aplicada a partir da data de aniversário do contratante, entre maio de 2022 e abril de 2023.

Trata-se da maior alta desde 2000, quando passou a vigorar o atual modelo de reajuste. Até agora, o percentual mais elevado já autorizado pela ANS era de 13,57%, em 2016.

O aumento recorde acontece na contramão de um reajuste negativo. No ano passado, pela primeira vez, a agência reduziu as mensalidades em 8,19% devido ao adiamento de consultas, exames e procedimentos cirúrgicos.  

Agora, o argumento é de que houve um custo adicional no orçamento médico-hospitalar e, por outro lado, o uso dos planos diminuiu. Com menos consultas e internações, a manutenção dos planos individuais teve um sobrepreço de 20,35%, segundo a agência. 

“Como a frequência na utilização de serviços apresentou queda bastante acentuada em 2020, a retomada em 2021, ainda que gradual, foi suficiente para que, ao lado de um aumento acentuado nos preços dos insumos e serviços, acelerasse o índice deste ano para 15,5%.”

Organizações de saúde já estimavam o aumento. A Federação Nacional de Saúde Suplementar previa que a ANS reajustasse os planos em cerca de 15,7%. Já a Associação Brasileira de Planos de Saúde chegou ao índice de 15,8%. 

Vera Valente, diretora-executiva do FenaSaúde, afirmou que “o aumento de itens diversos, como o preço de medicamentos e insumos médicos, a forte retomada dos procedimentos eletivos, o impacto de tratamentos de Covid longa e a incorporação de novas coberturas obrigatórias aos planos de saúde, como medicamentos e procedimentos, impactam diretamente no reajuste”.

A medida não afeta os planos de saúde coletivos, uma vez que não são gerenciados pela ANS.

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