Editorial
A guerra sem santos e heróis
Todo conflito bélico é sempre injusto, proclama o papa Francisco, e os contendores têm culpa no cartório
Disputas de poder entre dois contendores amiúde desandam em conflito aberto. No caso da guerra declarada por Vladimir Putin, rechaçada pelos ucranianos e por várias medidas tomadas para alargar a Otan, passa a configurar um ato de violência exemplar a seu modo. Razão tem o papa Francisco: toda guerra é injusta. O que também significa que as responsabilidades pela injustiça devem ser repartidas pelos envolvidos. Na situação atual, ofenderia a própria razão acreditar que Putin é o Mal e Biden, o Bem.
O presidente dos Estados Unidos é um hipócrita. Às costas dele desenrola-se uma história sem par de prepotência e violência. A Doutrina Monroe é de 1823 e assim se chama porque foi anunciada pelo presidente americano James Monroe, já vencida a guerra de independência e, recentíssima, a Presidência de Thomas Jefferson, considerado o principal entre os pais da democracia estadunidense. Diga-se que ele dormia com as suas escravas, donde a hipocrisia não é apenas do atual presidente.
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