Economia
TCU recebe pedido para retirar de pauta a privatização da Eletrobras, mas deve manter o julgamento
O tribunal analisará a última etapa do processo de privatização, uma das obsessões dos ministros Paulo Guedes e Adolfo Sachsida


O ministro Aroldo Cedraz, relator do processo de privatização da Eletrobras no Tribunal de Contas da União, recebeu um pedido para retirar o julgamento da pauta desta quarta-feira 18.
A sessão está marcada para as 14h30 e, até o momento, não há decisão. Procurado por CartaCapital, o TCU informou que o processo continua na pauta e que o pedido de retirada não é obrigatoriamente acolhido.
O tribunal deve julgar a segunda e última etapa do processo de privatização da Eletrobras, uma das obsessões do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida.
A primeira etapa do processo foi aprovada pela Corte em fevereiro. Agora, os ministros se debruçam sobre o modelo de venda proposto pela União. Esta parte da análise começou em 20 de abril, mas foi suspensa por pedido de vista do ministro Vital do Rêgo.
Na terça-feira 17, deputados de diversos partidos de oposição ao governo de Jair Bolsonaro acionaram o TCU pela suspensão da análise.
Assinam o pedido parlamentares do PT, do PSB, do PDT, do PCdoB, do PSOL e da Rede. Eles mencionam “iminente perigo desta operação para as finanças da Eletrobras e do erário público” em caso de prosseguimento do processo de venda da empresa.
Eis as solicitações dos deputados:
- que o TCU determine ao Ministério de Minas e Energia e à Eletrobras a interrupção da preparação para a privatização “até que os pontos trazidos à análise desta Corte de Contas sejam concluídos”;
- que o processo também seja suspenso até a Câmara dos Deputados concluir as Propostas de Fiscalização e Controle, com suporte do TCU;
- e que o TCU acolha a manifestação que demonstra “o impacto tarifário da modelagem de privatização da Eletrobras e o prejuízo para o povo brasileiro”.
Não há, ainda, uma resposta do TCU aos deputados.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.