Política

Em Sergipe, Bolsonaro volta a criticar governadores, atribui alta dos preços à guerra e alfineta MST

Após o discurso, Bolsonaro saiu sem cumprimentar apoiadores e jornalistas que o esperavam

Em Sergipe, Bolsonaro volta a criticar governadores, atribui alta dos preços à guerra e alfineta MST
Em Sergipe, Bolsonaro volta a criticar governadores, atribui alta dos preços à guerra e alfineta MST
(Reprodução)
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por Wendal Carmo, de Propriá

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar, nesta terça-feira 17, governadores que adotaram lockdown para conter a proliferação da Covid-19.

“O governo federal não fechou uma loja de comércio sequer, o governo defendeu a liberdade de vocês”, disse o presidente, durante entrega da duplicação da BR-101, na divisa do Sergipe com Alagoas.

“Lamentavelmente, muitos governadores destruíram empregos e destruíram rendas, especialmente dos mais pobres”, concluiu.

Durante o discurso, o presidente ainda disse que pôs fim ao MST (Movimento de Trabalhadores Sem Terra) ao entregar títulos de terra e afirmou que “deixou de existir pessoas” como João Pedro Stédile, coordenador nacional do movimento.

“Botamos um fim no movimento do MST, porque quando passamos titular terras eles conseguiram a sua independência e a sua dignidade. Deixamos de lado, praticamente deixou de existir, figuras como João Pedro Stédile e José Rainha”.

O mandatário ainda culpou o que chamou de “política do fique em casa” e a guerra da Rússia na Ucrânia pela perda do poder de compra no Brasil.

“Lamentamos a perda do poder aquisitivo por essas questões: política do ‘fique em casa’ e também por causa de um guerra lá fora. Mas estamos voltando à normalidade. Lamentamos a perda do poder aquisitivo pelos servidores públicos, que brevemente isso será recupado”, justificou Bolsonaro.

Bolsonaro também atribuiu ao PT o atraso na conclusão das obras de transposição do Rio São Francisco. “Essa transposição era pra ter sido concluída em 2010. De lá pra cá, tivemos mais seis anos de PT e nada foi feito. Eles não desviaram água para o Nordeste, desviaram dinheiro para o próprio bolso”.

Acompanhado do ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, e do chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno, Bolsonaro desembarcou no Aeroporto Santa Maria por volta das 09h30.

Após falar com apoiadores que o aguardavam, o mandatário seguiu de helicóptero para Propriá, município da região do Baixo São Francisco.

Com investimento de quase R$ 204 milhões, a conclusão de quarenta quilômetros de rodovia duplicada entre Propriá e Capela corta seis capitais do litoral da região Nordeste, e pretende favorecer a ligação entre as cidades turísticas da região.

Após o discurso, Bolsonaro saiu sem cumprimentar apoiadores e jornalistas que o esperavam. Ele foi direto para o local onde o helicóptero presidencial estava aterrissado. Um grupo de bolsonaristas que organizava uma ‘motociata’ o seguiu até onde o ex-capitão embarcaria.

Políticos vaiados

Diversos políticos foram vaiados pelos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, como os deputados federais Bosco Costa (PL), Fábio Reis (PSD), Gustinho Ribeiro (Republicanos) e o prefeito de Propriá, Dr. Valberto (MDB).

Outros, como o ex-ministro da Cidadania, João Roma (PL), o senador Fernando Collor (PL), o deputado federal Laércio Oliveira (PP) e o General Braga Neto (PL), provável vice do mandatário no pleito deste ano, foram ovacionados pelo público.

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