Política

Servidores do Banco Central repudiam ‘uso eleitoral’ do Pix por Bolsonaro

O início do projeto é anterior ao mandato do ex-capitão, escreve Sindicato em nota. Greve dos trabalhadores terá continuidade

Servidores do Banco Central repudiam ‘uso eleitoral’ do Pix por Bolsonaro
Servidores do Banco Central repudiam ‘uso eleitoral’ do Pix por Bolsonaro
Prédio do Banco Central do Brasil, autarquia ligada ao Ministério da Economia. Foto: Raphael Ribeiro/Banco Central
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O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central repudiou o que chamou de “uso eleitoral do Pix”, em nota emitida nesta terça-feira 10, em meio a tentativas do presidente Jair Bolsonaro (PL) de ganhar créditos pela criação do sistema de transações financeiras.

A entidade declarou que “o início do projeto do Pix é bem anterior ao mandato do atual presidente da República” e citou uma portaria do Banco Central, publicada em maio de 2018, que instituiu um grupo de trabalho chamado “Pagamentos Instantâneos” a fim de “contribuir para a construção de um ecossistema de pagamentos instantâneos competitivo, eficiente, seguro e inclusivo”.

A organização enfatiza que não há referência ao Pix no programa político entregue por Bolsonaro em 2018 ao Tribunal Superior Eleitoral, nem manifestação de apoio ao projeto durante a sua campanha.

O Sindicato também menciona uma declaração do ex-capitão em outubro de 2020 que associou o Pix à aviação civil, “mostrando completo desconhecimento do assunto”.

Na sequência, a nota reivindica aos servidores federais os créditos pela criação da ferramenta.

“Faz-se necessário destacar a diferença entre políticas de Estado e medidas pontuais de governos. Desde a sua criação, o Banco Central do Brasil conta com servidores de alta qualificação, e isso permitiu que diversos projetos considerados importantes pela Diretoria do BC, segundo critérios técnicos, pudessem ser conduzidos independentemente da vontade ou contrariedade política de governantes de plantão”, escreve o Sindicato.

A entidade vive um conflito com o governo federal por exigências de reajuste salarial e reestruturação do plano de carreira.

Uma greve realizada em abril foi paralisada com a perspectiva de avanço nas negociações com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Os trabalhadores, porém, decidiram cruzar os braços novamente.

Segundo nota, os servidores decidiram em assembleia virtual nesta terça que a greve terá continuidade por tempo indeterminado, porque não teria ocorrido abertura de mesa de negociação, nem apresentação de proposta pelo governo.

Diz o texto: “Até o momento, não há NENHUMA reunião marcada com o governo ou com o Roberto Campos Neto, apesar de nossos diversos pleitos nesse sentido”.

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