Política

PGR pede ao STF arquivamento de investigação envolvendo Ciro Nogueira

Manifestação contraria relatório da PF que apontou crime de corrupção contra o ministro da Casa Civil

O ex-ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu à ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), o arquivamento do inquérito que apurava se o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), recebeu propina do grupo J&F e cometeu os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A manifestação da PGR é assinada pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo, e contraria o relatório da Polícia Federal apresentado há um mês.

Segundo a PGR, não há elementos que comprovem a atuação do senador para garantir o apoio do Partido Progressista às eleições da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014.

“Não havendo a comprovação sobre a existência de eventual acerto da quantia de R$ 8 milhões com CIRO NOGUEIRA, em contrapartida ao adiamento de uma reunião partidária sobre o desembarque do PP do Governo DILMA, perde força a narrativa de que teria ocorrido um pagamento no valor de R$ 500 mil como parte do acerto financeiro supostamente feito quase um ano antes”, diz a manifestação da PGR.

Lindôra afirma que todas as providências indicadas pela Procuradoria-Geral da República e autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal foram cumpridas, “não havendo mais linha investigativa a se seguir, no ponto”.

“Desse modo, forçoso reconhecer que a apuração não reuniu suporte probatório mínimo (justa causa em sentido estrito) que ampare o oferecimento de denúncia em desfavor do parlamentar federal investigado”, apontou.

No último dia 8 de abril, a PF levou ao Supremo um entendimento diferente. Segundo os investigadores, Nogueira recebeu propina do grupo J&F e cometeu os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Na ocasião, a defesa do ministro negou quaisquer irregularidades.

Segundo a PF, Joesley fez promessa de pagamento de vantagem indevida, no valor de R$ 8 milhões, para que Ciro Nogueira adiasse uma reunião do PP que decidiria sobre a saída ou não da base do governo Dilma. “Ciro Nogueira aceitou a proposta”, afirma o documento.

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