Política

Romário deve ter Rogéria Bolsonaro como suplente na chapa ao Senado

Articulação da chapa tem objetivo de derrubar a resistência da militância bolsonarista ao nome do ex-jogador como candidato ao Senado no Rio com apoio do clã presidencial

Romário deve ter Rogéria Bolsonaro como suplente na chapa ao Senado
Romário deve ter Rogéria Bolsonaro como suplente na chapa ao Senado
Foto: EBC Créditos: EBC
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Para frear as contestações da militância bolsonarista à candidatura do senador Romário, o PL estuda a escalação da ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, Rogéria Bolsonaro, como sua primeira suplente na campanha ao Senado pelo Rio. Mãe de Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro, Rogéria seria uma espécie de “chancela” da família ao nome do ex-jogador de futebol. O parlamentar enfrenta resistências entre os eleitores da direita, que defendem nomes como o do deputado federal Daniel Silveira (PTB) e do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello para senador.

Principal entusiasta da ideia, o também senador Flávio Bolsonaro acredita que a construção de uma campanha com uma pegada que explore a dobradinha “Romário e família Bolsonaro” apaziguaria os militantes e teria o poder de constranger os correligionários que têm preferido se alinhar ao deputado estadual André Ceciliano (PT), que também tenta o Senado.

O governador Cláudio Castro (PL), que é candidato à reeleição, por exemplo, tem evitado externar o apoio ao ex-jogador enquanto se mostra alinhado a Ceciliano, que é presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Nos bastidores do PL, há um recado que lideranças fazem chegar aos deputados: quem se alinhar a Ceciliano em detrimento de Romário enfrentará dificuldade para receber verba do fundo partidário.

Romário conta com a garantia do presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, de que será o nome da legenda no estado para o Senado. Em março, ele rejeitou um convite do União Brasil e preferiu se manter no partido de Bolsonaro sob a promessa de que poderia tentar a reeleição.

Para parte do eleitorado alinhado com o presidente da República, o senador Romário não representaria os valores da família Bolsonaro, em especial no que diz respeito à defesa das pautas de comportamento.

Um dos principais nomes defendidos por militantes da direita para ser encampado como candidato bolsonarista ao Senado é o deputado Daniel Silveira (PTB). O parlamentar foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à perda dos seus direitos políticos por ter cometido atos antidemocráticos e feito ataques a ministros da Corte. Por este motivo, o nome dele é descartado no partido. Pazuello, por sua vez, vai ser candidato à Câmara dos Deputados pelo PL.

Procurados, o senador Romário e Rogéria Bolsonaro não quiseram comentar a possível dobradinha.

No último sábado, André Ceciliano lançou a sua pré-candidatura ao Senado cercado por aliados do governador Cláudio Castro. Líderes do União Brasil, como o deputado Márcio Canella e o prefeito de Belford Roxo, Waguinho, fizeram questão de comparecer. Ex-secretários de Castro, como Max Lemos (PROS) e Thiago Pampolha (União), também marcaram presença. Líder do governo na Alerj, Márcio Pacheco (PSC) não poupou elogios ao petista, enquanto o deputado Valdecy da Saúde (PL) levou caravanas para o evento de Ceciliano, a despeito da pré-candidatura de Romário.

Todos os citados fazem parte do arco de alianças que tenta reeleger Castro e que, por isso, se opõem a Marcelo Freixo (PSB), que faz parte da mesma chapa que André Ceciliano. Líder do diretório fluminense do PL, o deputado federal Altineu Côrtes diz que a sigla não pretende mudar os planos e que o ex-jogador será apoiado por Bolsonaro.

— Esse debate sequer existe dentro do partido. O candidato do PL, de Bolsonaro, chama-se Romário. E isso não mudará. Quanto à aproximação de políticos do PL ao Ceciliano, acho que é algo normal, já que muitos deputados mantêm relações republicanas com o presidente da Alerj. Na hora de pedir votos, asseguro que todos estarão com o Baixinho — afirma Côrtes.

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