Política

Pacheco libera votação de projeto que aumenta gastos com publicidade do governo

Pacheco deu o voto de desempate para permitir a análise da proposta que eleva em pelo menos 50% as despesas com propaganda oficial no primeiro semestre deste ano

Pacheco libera votação de projeto que aumenta gastos com publicidade do governo
Pacheco libera votação de projeto que aumenta gastos com publicidade do governo
Rodrigo Pacheco (PSD). Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), liberou a votação de um projeto que aumenta o limite de gastos do governo federal com publicidade oficial no primeiro semestre deste ano, antes das eleições. Pacheco deu o voto de desempate para permitir a análise da proposta que eleva em pelo menos 50% as despesas com propaganda oficial no período, conforme revelou o Estadão/Broadcast. Caso aprovado o projeto, o governo terá a possibilidade de veicular campanhas sobre ações do Executivo na internet, no rádio e na TV.

Pelas regras atuais, a gestão do presidente Jair Bolsonaro – que irá disputar a reeleição – está autorizada a destinar R$ 95,6 milhões para a contratação de campanhas institucionais. Com a proposta, esse valor pode chegar a R$ 142 milhões.

A oposição apresentou um requerimento para adiar a análise do projeto, que entrou na pauta do plenário do Senado ontem. Os oposicionistas queriam submeter a medida a uma discussão nas comissões. A votação desse pedido terminou empatada em 30 votos a 30. Pacheco teve que desempatar o placar e votou a favor da manutenção do texto na pauta.

Um acordo feito no plenário definiu que a votação será realizada na próxima terça-feira. Na prática, o voto de Pacheco abriu caminho para a aprovação da proposta de interesse do Palácio do Planalto. O projeto foi aprovado na Câmara em março. O trecho que amplia os gastos em publicidade oficial foi incluído em um “jabuti” apresentado pela deputada Celina Leão (PP-DF) no projeto que trata da contratação de empresas de publicidade pelo Executivo.

A mudança na legislação é questionada por violar um princípio legal que impede alterações das regras eleitorais em ano de campanha. Articuladores do Planalto alegam que o limite de gastos com publicidade oficial não se encaixa nesse quesito. Esta versão contestada por especialistas.

 

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