

Opinião
Plantar esperança, vencer o mal
Com características tão pronunciadas de perversidade, corrupção e destruição, o indivíduo em questão se amolda, com precisão, ao papel do próprio diabo


Tenho frisado que a eleição que se avizinha tem uma dimensão ética muito viva, na medida em que um dos mais fortes candidatos tem enorme identidade com o mal. É um indivíduo incapaz de solidariedade, empatia, respeito ao próximo. Para que jamais esqueçamos, esse candidato foi capaz de fazer piadas com a morte de milhares de brasileiros, inclusive imitando aos risos o desespero dos que não conseguiam respirar por conta da doença. Esse mesmo sujeito tem enorme apreço por armas, ao ponto de facilitar de modo inédito o acesso a gente despreparada, a exemplo do desastrado ex-ministro da Educação, que efetuou disparos em pleno aeroporto de Brasília. Com características tão pronunciadas de perversidade, corrupção e destruição, o indivíduo em questão se amolda, com precisão, ao papel do próprio diabo. Esta conclusão realça a relevância da batalha em curso, inclusive para nós cristãos – que queremos fortalecer o projeto do Reino de Deus.
É espantoso constatar que, baseado num discurso de suposto combate à corrupção, parte do País passou a cultuar uma realidade paralela, que afunda o Brasil e em nada lembra os nossos valores nacionais de paz e progresso social. Há agora, em um novo pleito eleitoral, a oportunidade de, com luz e verdade, libertar a população da escravidão derivada do desemprego, da fome, da inflação, da falta de esperança.
Para ajudar nessa caminhada de libertação, o PSB, partido do qual orgulhosamente faço parte, chega à última etapa de sua autorreforma, aprovando seu novo programa em defesa da democracia, da justiça e do progresso para todos. A autorreforma é uma agenda de propostas para mudar um país que está há quatro anos retrocedendo, ampliando abismos sociais e atos de vergonhosa corrupção. Enquanto conquistas estruturantes se perdem por incompetência ou são pensadamente dizimadas, o presidente da República mantém uma agenda de trabalho vazia, e ocupa seus dias com passeios de moto e jet ski custeados com dinheiro público, ataques a variadas classes, piadas de mau gosto e concentração de energia para abafar tenebrosos esquemas, a exemplo do orçamento secreto.
O que o PSB propõe é um novo modelo de desenvolvimento capaz de gerar prosperidade e a redução das desigualdades e injustiças: econômicas, sociais, regionais, de gênero e de raça. Vamos aprovar um programa que valoriza as riquezas naturais brasileiras, defende uma economia verde fortalecida, foca a soberania científica e tecnológica, propugnando pela convergência de esforços entre o Estado e o setor privado. Um não pode anular o outro, por isso enaltecemos o papel dos serviços e investimentos públicos, mas queremos uma pujante atividade produtiva privada. Entre as reformas institucionais, iluminamos especialmente a reforma tributária, com progressividade e simplificação, em linha com as melhores experiências mundiais. Quanto às relações internacionais, desejamos que o Brasil tenha protagonismo e voz independente, com uma diplomacia executora dos princípios constantes do artigo 4º da Constituição, tais como autodeterminação dos povos e solução pacífica das controvérsias.
Acredito, verdadeiramente, que a vitória eleitoral do campo político progressista em outubro depende, sobretudo, de nós mesmos. Da capacidade de ler e interpretar as necessidades de quem carrega este país nas costas, o povo mais simples e humilde. Precisamos cumprir os nossos deveres fundamentais no que se refere a propostas, ter um programa com amplitude, dialogar com toda a sociedade e entender o caráter principal da disputa que vai se dar entre o campo democrático-popular e a extrema-direita. A autorreforma do PSB é mais uma contribuição do nosso partido para o êxito no cumprimento das nossas missões.
O caminho que começamos a trilhar, com a confirmação de Geraldo Alckmin na chapa do ex-presidente Lula, é um grande passo para uma frente ampla contra as trevas diabólicas. Com a ampliação das forças democráticas debaixo do mesmo guarda-chuva, aumenta a nossa capilaridade e a capacidade de construir, juntamente com os brasileiros e brasileiras, a agenda certa para o País. A frente ampla depende sobretudo das mensagens que apresentamos, com prioridade absoluta às convergências e à generosidade, para não nos dividirmos em face de naturais diferenças.
É preciso ter tranquilidade, serenidade e fazer uma campanha alegre, entusiasmada, uma campanha da esperança contra o ódio, contra o extremismo e a cara feia. O PSB, com seu Congresso Nacional da Autorreforma, está pronto para ajudar o bem a prevalecer sobre o mal. •
PUBLICADO NA EDIÇÃO Nº 1206 DE CARTACAPITAL, EM 4 DE MAIO DE 2022.
Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título “Plantar esperança, vencer o mal”
Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.
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