Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

Augusto Diniz | Música brasileira

Otto: ‘Luto pela democracia e liberdade. A minha arte está ligada a isso’

Cantor e compositor pernambucano lança sétimo álbum solo, preocupado com a falta de “sossego” desde o golpe contra a Dilma

Foto: Rui Mendes/Divulgação
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Canicule Sauvage é nome do sétimo álbum solo de Otto, músico que ascendeu no movimento do Manguebeat no Recife e desde então vem realizando um trabalho inovador na música. No novo disco, a ser lançado no dia 29 de abril, ele usou como base o aplicativo GarageBand de criação de música.

Canicule é um tema francês, uma situação de muito calor. E a terra está esquentando [por conta do aquecimento global]. A gente está tendo uma transformação muito grande”, diz. “E a chapa anda quente. O período não está apaziguado. As coisas estão cruéis no mundo. Está uma dureza mesmo. Canicule resume muito isso”.

Otto diz que desde o golpe contra a presidenta Dilma [em 2016] que “a gente não teve mais sossego”.

Apesar de ter usado aplicativo para tirar sons nas 11 faixas do disco, produzido pelo próprio Otto e por Apollo Nove – e distribuído no Brasil pela Altafonte e no exterior pela Nublu Records -, o trabalho tem várias participações de peso, cantando ou simplesmente tocando no trabalho, como Anais Sylla, Ana Cañas, Pupillo, Lirinha, Tulipa Ruiz, Juliano Holanda, Junio Barreto, entre outros.

Segundo o músico, as participações enriquecem a proposta. “Quando veio a pandemia, a gente estava passando por outra pandemia. A gente estava passando por uma situação política. Seis anos que ninguém aqui descansou”, afirma.
“Achou que ia passar alguns meses a pandemia. Aí começa todo esse drama, o massacre político dentro da pandemia. Você torcendo pela ciência e aí tem o governo contra”.

Para Otto, o ano vai acabar quando vier a eleição: “A gente está passando um momento muito delicado na democracia, em que a gente precisa sair desse lugar que estamos. Ao contrário da democracia, o retrocesso, ele paralisa”.

O pernambucano diz “lutar pela democracia, pela liberdade, pela aceitação, pela inclusão. A minha arte está muito ligado a isso”. E complementa: “Estou aqui para empurrar o carro para o lugar certo”.

Assista a entrevista na íntegra:

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