Política

Itamaraty desaprova convite à União Europeia para acompanhar as eleições no Brasil

Seria a 1ª vez que representantes do bloco acompanhariam a votação

Itamaraty desaprova convite à União Europeia para acompanhar as eleições no Brasil
Itamaraty desaprova convite à União Europeia para acompanhar as eleições no Brasil
Fachada do Tribunal Superior Eleitoral. Foto: Divulgação/Flickr/TSE
Apoie Siga-nos no

O Ministério das Relações Exteriores expressou desaprovação com o convite realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral para que a União Europeia acompanhe o processo eleitoral no Brasil neste ano, ato que ocorreria pela primeira vez na história.

A manifestação, que se deu por meio de nota nesta quarta-feira 13, diz que “o Ministério das Relações Exteriores recorda não ser da tradição do Brasil ser avaliado por organização internacional da qual não faz parte”.

O Itamaraty, hoje chefiado pelo ministro Carlos França, ressaltou que “a União Europeia, ao contrário da Organização dos Estados Americanos e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, por exemplo, não envia missões eleitorais a seus próprios estados membros”.

Além da União Europeia, o TSE também convidou a OEA, que já havia participado dos pleitos em 2018 e 2020, o Parlamento do Mercosul e a Fundação Internacional para Assuntos Eleitorais.

A decisão acontece em meio a preocupações quanto a intervenções autoritárias por parte do governo de Jair Bolsonaro (PL), que disputa a reeleição com apoio de militares contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em repetidas ocasiões, Bolsonaro tem afirmado, sem provas, que o sistema eleitoral brasileiro é fraudulento. Durante o seu mandato, o ex-capitão insistiu – sem sucesso – que o Congresso Nacional aprovasse a adoção do modelo impresso de votação.

A União Europeia ainda não comentou o convite do TSE.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo