Política
Bolsonaro diz ainda não ter maioria para aprovar exploração em terra indígena
“Espero que consiga [aprovar], mas é muito difícil”, disse o presidente sobre a reforma que mexe com regras do funcionalismo público
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 11, que o governo ainda não tem maioria no Congresso para aprovar o projeto de lei que autoriza exploração mineral em terras indígenas.
“Nós pretendemos libertar os indígenas do jugo do Estado, queremos dar liberdade para eles produzirem”, disse o presidente em entrevista ao grupo O Liberal, do Pará.
Para atender à bancada ruralista no Congresso, o governo tem insistido no projeto e usa o discurso de que a medida ajudaria o País a reduzir a dependência de fertilizantes russos, cuja importação foi estrangulada pela guerra da Rússia com a Ucrânia.
No entanto, a maior parte das reservas de potássio, matéria-prima desses insumos, não está em terras indígenas da Amazônia. Além disso, a transformação do componente químico explorado em produto agrícola é um processo lento – sem capacidade, portanto, de suprir as necessidades imediatas trazidas pela guerra.
Bolsonaro ainda mostrou confiança na aprovação do PL da regularização fundiária, hoje travado no Senado, mas evidenciou sua descrença nos trâmites da reforma administrativa. “Espero que consiga [aprovar], mas é muito difícil”, disse o presidente sobre a reforma que mexe com regras do funcionalismo público.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.


