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Barroso diz que impeachment de Dilma foi ‘traumático’, mas não teve participação do STF

Em evento, o ministro do Supremo tornou a defender um sistema semipresidencialista no Brasil

Barroso diz que impeachment de Dilma foi ‘traumático’, mas não teve participação do STF
Barroso diz que impeachment de Dilma foi ‘traumático’, mas não teve participação do STF
O ministro do STF Luís Roberto Barroso. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, afirmou nesta terça-feira 22 que, “salvo em situações extremas, o impeachment não é uma boa solução”. Ele também se referiu especificamente ao processo que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, em 2016.

“O impeachment de Dilma eu considero um momento emblemático na vida brasileira, porque foi um processo extremamente traumático e contribuiu para a polarização do País de uma maneira geral”, afirmou o magistrado em evento promovido pelo Centro Brasileiro de Estudos Constitucionais do UniCeub, em Brasília. Barroso também defendeu a atuação do STF no processo.

“O Supremo não teve nenhuma responsabilidade pelo impeachment. A matéria nunca chegou ao plenário do Supremo. Só o que chegou dizia respeito ao procedimento do impeachment, e o Supremo determinou que o procedimento tinha que ser o utilizado no impeachment do presidente Collor, em 1992.”

No evento, Barroso tornou a endossar a defesa de um sistema semipresidencialista no Brasil, “mas não para agora, para não mexer com nenhum interesse posto na mesa”. Segundo ele, o novo sistema viabilizaria “mecanismos institucionais de destituição de governos que percam a sustentação política”.

Por fim, Barroso evitou criticar diretamente o governo de Jair Bolsonaro, mas declarou que, após 2018, “a democracia no Brasil viveu momentos preocupantes”. Ele ponderou que, “apesar das turbulências, temos conseguido preservar a institucionalidade brasileira, mas não dá para fazer de conta que não ocorreram eventos graves”. O ministro mencionou a participação de Bolsonaro em manifestações golpistas na porta do quartel-general do Exército, em 2020.

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