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Bolsonaro diz que não interfere na Petrobras, mas cobra redução de preços

Na conversa com jornalistas, o ex-capitão também mentiu sobre a sua atuação na pandemia ao dizer que ‘não errou nenhuma’ decisão nas políticas públicas durante este período

Bolsonaro diz que não interfere na Petrobras, mas cobra redução de preços
Bolsonaro diz que não interfere na Petrobras, mas cobra redução de preços
Foto: Reprodução
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou afirmar nesta quarta-feira 16 que não interfere nas políticas de preços da Petrobras, mas que se pudesse fazer, ‘daria outras sugestões’. Sem explicar, no entanto, quais seriam as soluções para baixar o preço dos combustíveis no Brasil. Em conversa com jornalistas na Bahia, o ex-capitão cobrou a estatal para que reduza o valor praticado.

“Hoje em dia, as informações que eu tenho é que o preço de paridade internacional que está chegando aqui está abaixo do preço praticado aqui dentro, eu estou cobrando a Petrobras”, disse. “Eu sou presidente da República, não interfiro lá, mas se pudesse interferir teria dado outras sugestões”, acrescentou em seguida, sem detalhar quais seriam as sugestões.

Mais adiante, Bolsonaro voltou então fazer a cobrança pela redução do preço praticado pela estatal:

“A gente espera que a queda que teve, passando de 135 para 100 dólares [o preço do barril de petróleo], que a Petrobras anuncie uma redução de preços. Eu acho que todo mundo espera isso daí”, afirmou em tom irritado antes de encerrar a conversa com jornalistas.

Nas declarações, ele também reforçou que o ministro da Saúde Marcelo Queiroga deve mesmo mudar o status de pandemia de Covid-19 para a endemia nas próximas semanas.

“A ideia é até o dia 31, é ideia dele [Queiroga], passarmos de pandemia para endemia, aí vocês vão ficar livres da máscara em definitivo”, disse Bolsonaro aos jornalistas.

Questionado então se a decisão não seria precipitada, já que há notícias de uma nova onda da doença em alguns países, o ex-capitão se irritou:

“Ô pessoal, vocês não podem ficar vivendo de onda. É uma realidade. Vocês já viram que se ficar em casa o vírus não vai embora. Quase quebraram a economia”, respondeu ao jornalista.

“Talvez, sou o único chefe de Estado do mundo que disse que não poderia ficar em casa, que tinha que trabalhar e cuidar apenas dos idosos e pessoas com comorbidades. Hoje vários estudos comprovam que eu estava certo”, disse Bolsonaro. “Eu não errei nenhuma. Apenas estudei e tive coragem de enfrentar o problema”, acrescentou em seguida.

Um estudo publicado na revista científica The Lancet, no entanto, revelou que as cidades brasileiras com maior número de eleitores de Bolsonaro e que, portanto as que mais seguiram as recomendações do ex-capitão durante a pandemia, foram as que registraram a maior taxa de mortalidade por Covid-19 no País.

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