Política
Haddad promete derrubar o ‘muro’ que separa a SP rica da SP pobre
Em discurso da vitória, o novo prefeito paulistano disse ter sido eleito pelo sentimento de mudança na cidade
Por Matheus Pichoneli e Piero Locatelli
Em seu primeiro discurso após a vitória nas urnas, o prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), prometeu derrubar o “muro da vergonha” que separa os ricos e os pobres da metrópole.
“Somos uma das cidades mais ricas e mais desiguais do planeta. Não podemos deixar que isso siga por tempo indeterminado quando o Brasil passa por uma das mudanças sociais mais vigorosas do mundo.”
O discurso foi lido com a ajuda de um teleprompter ao lado de ministros como Alexandre Padilha (Saúde), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Marta Suplicy (Cultura) e das principais lideranças paulistas do PT. Na plateia, que parecia dispersa e falava alto durante o discurso, estava o ex-prefeito Paulo Maluf (PP), que apoiou a campanha petista e foi barrado do púlpito para não aparecer na foto oficial.
Embora não estivesse na palco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, artífice de sua candidatura, recebeu os mais efusivos agradecimentos do novo prefeito. “Quero agradecer, do fundo do coração, pela confiança, pela orientação e apoio sem os quais seria impossível lograr êxito nesta missão”, disse Haddad, em seguida interrompido pelos gritos de “Olê, Lula”, tema da campanha à presidência em 1989.
Além de Lula e a família, Haddad registrou agradecimentos nominais apenas à presidenta Dilma Rousseff, ao coordenador da campanha, Antônio Donato, à agora vice-prefeita Nádia Campeão e aos peemebistas Gabriel Chalita, que o apoiou no segundo turno, e Michel Temer, vice-presidente da República que costurou o acordo.
Preterida na disputa, a ex-prefeita Marta Suplicy, que só se engajou na campanha após ser nomeada ministra da Cultura, não foi citada.
No discurso, Haddad criticou indiretamente as gestões anteriores por terem se afastado dos movimentos sociais, intelectuais e forças produtivas e afirmou que a melhor maneira concreta de distribuir renda é melhorar os serviços básicos como saúde, transporte, educação e habitação. Ele prometeu “criatividade” para ampliar as parcerias com os governos federal e estadual. “O Brasil moderno nasceu aqui. E o Brasil do novo milênio também nascerá aqui se quebrarmos a inércia e recuperarmos a alma criativa que sempre foi a marca da cidade. Para isso é fundamental agregar uma profunda consciência social e fazer nascer uma nova São Paulo.”
Com um texto ensaiado, o novo prefeito disse ter sido eleito pelo “sentimento de mudança que domina a alma do povo de São Paulo” e garantiu ter conhecimento desta responsabilidade. “Isso significa não ter tempo a perder”, declarou.
Por Matheus Pichoneli e Piero Locatelli
Em seu primeiro discurso após a vitória nas urnas, o prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), prometeu derrubar o “muro da vergonha” que separa os ricos e os pobres da metrópole.
“Somos uma das cidades mais ricas e mais desiguais do planeta. Não podemos deixar que isso siga por tempo indeterminado quando o Brasil passa por uma das mudanças sociais mais vigorosas do mundo.”
O discurso foi lido com a ajuda de um teleprompter ao lado de ministros como Alexandre Padilha (Saúde), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Marta Suplicy (Cultura) e das principais lideranças paulistas do PT. Na plateia, que parecia dispersa e falava alto durante o discurso, estava o ex-prefeito Paulo Maluf (PP), que apoiou a campanha petista e foi barrado do púlpito para não aparecer na foto oficial.
Embora não estivesse na palco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, artífice de sua candidatura, recebeu os mais efusivos agradecimentos do novo prefeito. “Quero agradecer, do fundo do coração, pela confiança, pela orientação e apoio sem os quais seria impossível lograr êxito nesta missão”, disse Haddad, em seguida interrompido pelos gritos de “Olê, Lula”, tema da campanha à presidência em 1989.
Além de Lula e a família, Haddad registrou agradecimentos nominais apenas à presidenta Dilma Rousseff, ao coordenador da campanha, Antônio Donato, à agora vice-prefeita Nádia Campeão e aos peemebistas Gabriel Chalita, que o apoiou no segundo turno, e Michel Temer, vice-presidente da República que costurou o acordo.
Preterida na disputa, a ex-prefeita Marta Suplicy, que só se engajou na campanha após ser nomeada ministra da Cultura, não foi citada.
No discurso, Haddad criticou indiretamente as gestões anteriores por terem se afastado dos movimentos sociais, intelectuais e forças produtivas e afirmou que a melhor maneira concreta de distribuir renda é melhorar os serviços básicos como saúde, transporte, educação e habitação. Ele prometeu “criatividade” para ampliar as parcerias com os governos federal e estadual. “O Brasil moderno nasceu aqui. E o Brasil do novo milênio também nascerá aqui se quebrarmos a inércia e recuperarmos a alma criativa que sempre foi a marca da cidade. Para isso é fundamental agregar uma profunda consciência social e fazer nascer uma nova São Paulo.”
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