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Em surto, ‘hipster da Federal’ achava estar em sua propriedade, diz defesa

Lucas Valença morreu após invadir a propriedade de um vizinho e ser alvejado com um tiro

Em surto, ‘hipster da Federal’ achava estar em sua propriedade, diz defesa
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Créditos: Reprodução Redes Sociais
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A advogada Sindd Lopes, que representa a família Valença, apresentou uma versão para a morte de Lucas Valença, 36 anos, o  policial que ficou conhecido ‘hipster da Federal’. Segundo a defesa, ele estava em surto psicótico e teria tentado invadir a chácara do vizinho achando se tratar da propriedade dele. A família do agente tem um rancho na localidade de Buritinópolis, interior de Goiás, onde o crime aconteceu, e Valença frequentava o local desde pequeno.

Ainda de acordo com a advogada, o agente vinha sofrendo de depressão profunda desde o início da pandemia e fazia tratamento com um terapeuta. A suspeita é a de que ele sofria de bipolaridade, embora o diagnóstico não tenha sido fechado.

Na madrugada da quarta-feira, Valença teria saído para caminhar pela região, desarmado e sem celular – que não pega na região – quando entrou em surto e não encontrou o caminho de volta para sua casa. A advogada disse que o agente da Federal conhecia o vizinho e não nutria nenhuma desavença para com ele.

Valença, que morava em Brasília, entrou na Polícia Federal por meio de concurso em 2013 e integrava o Comando de Operações Táticas. Em 2016, ganhou notoriedade ao fazer a escolta do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, preso na época por decisão da Lava Jato.

A advogada também informou que a família não vai entrar com queixa contra o vizinho por entender que ele agiu em legítima defesa. Segundo o proprietário da chácara, o agente tentou invadir a propriedade e teria desligado a caixa de luz da residência, momento em que foi atingido por um tiro na região do abdome. O socorro chegou a ser chamado, mas Valença morreu no local. O vizinho chegou a ser detido por posse ilegal de arma, mas foi liberado após pagamento de fiança.

A Polícia Civil de Goiás vai abrir um inquérito para apurar se o dono da casa realmente agiu para proteger a si mesmo e a sua família.

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