Mundo

Procurador do Tribunal de Haia investigará supostos crimes de guerra russos na Ucrânia

Karim Khan notificou a presidência do TPI nesta quarta-feira 2

Procurador do Tribunal de Haia investigará supostos crimes de guerra russos na Ucrânia
Procurador do Tribunal de Haia investigará supostos crimes de guerra russos na Ucrânia
Manifestantes são presos em São Petersburgo, na Rússia
Apoie Siga-nos no

O procurador do Tribunal Penal Internacional, em Haia, anunciou nesta quarta-feira 2 a abertura de uma investigação sobre supostos crimes de guerra cometidos pelas tropas russas na Ucrânia.

“Acabo de notificar a Presidência do TPI sobre a minha decisão de proceder imediatamente a investigações sobre a situação na Ucrânia”, escreveu Karim Khan. “Nosso trabalho de compilar provas já começou.”

Seu gabinete recebeu o apoio de 39 países, que incluem todos os integrantes da União Europeia, Reino Unido, Albânia, Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Suíça e vários países latino-americanos, como Colômbia e Costa Rica.

Khan anunciou na segunda-feira que abriria uma investigação por supostos crimes de guerra cometidos pela Rússia durante a invasão à Ucrânia.

O procurador assegurou que via “uma base razoável” para acreditar que na Ucrânia foram cometidos crimes que poderiam ser de sua jurisdição.

Antes de iniciar a investigação, o procurador precisava da aprovação dos juízes do tribunal de Haia. No entanto, o apoio desses países do TPI lhe permite seguir adiante sem o aval dos juízes.

Isso “permite ao meu gabinete proceder à abertura de uma investigação sobre a situação da Ucrânia de 21 de novembro de 2013 em diante”, disse o procurador britânico.

O processo incluirá “qualquer acusação passada e presente de crimes de guerra, crimes contra a humanidade ou genocídio cometida em qualquer parte do território da Ucrânia por qualquer pessoa”, explicou.

Khan, nomeado procurador do TPI recentemente, destacou que a investigação será realizada de forma “objetiva e independente” e se concentrará “em assegurar a prestação de contas pelos crimes que forem da jurisdição do TPI”.

Fundado em 2002, o TPI se estabeleceu como um tribunal independente para investigar pessoas acusadas dos crimes mais graves, mas só pode processar delitos cometidos no território de seus 123 países-membros.

A Ucrânia não é membro, mas em 2014 aceitou a jurisdição da corte. Já a Rússia deixou o TPI e, com isso, seus cidadãos só poderiam ser detidos em países que aceitarem a jurisdição do tribunal.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo