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Ucrânia quer a Rússia fora do Conselho de Segurança da ONU
O presidente da Ucrânia defendeu hoje a expulsão da Rússia do Conselho de Segurança da ONU, por considerar que a invasão da Ucrânia equivale a um ato de genocídio
Volodymyr Zelensky disse que A Ucrânia recorreu ao Tribunal Internacional de Justiça em Haia, pedindo ao tribunal que ordene a Moscou que cesse as hostilidades na Ucrânia, acusando a Rússia de ter manipulado a noção de genocídio para justificar a agressão.
O presidente ucraniano anunciou este domingo, 27 de fevereiro, que recorreu ao Tribunal Internacional de Justiça em Haia contra a Rússia, pedindo ao tribunal que ordene a Moscou que cesse as hostilidades na Ucrânia, acusando a Rússia de ter manipulado a noção de genocídio para justificar a agressão.
Volodymyr Zelensky defendeu ainda a expulsão da Rússia do Conselho de Segurança da ONU por considerar que a invasão da Ucrânia equivale a um ato de genocídio.
A Rússia parece estar cada vez mais isolada a nível internacional. Vários países europeus – com os Estados Unidos, o Canadá e a Comissão Europeia – anunciaram a exclusão russa da rede interbancária Swift e novas sanções, desta vez visando as reservas do banco central da Rússia.
Em resposta, o Banco Central da Rússia assegurou que vai garantir a liquidez em moeda nacional das entidades bancárias do país, após as sanções anunciadas pelo Ocidente depois da invasão russa à Ucrânia.
Países encerram espaço aéreo
Entretanto, a França, Itália, Alemanha, Irlanda, Dinamarca, Finlândia e Bélgica anunciaram o encerramento do espaço aéreo a todos os aviões russos devido à incursão militar da Rússia na Ucrânia.
A Áustria também está disponível para encerrar o seu espaço aéreo aos aviões russos, aguardando, contudo, uma decisão da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, que decorre este domingo.
O governo australiano anunciou que vai enviar armas para as tropas ucranianas e que está a considerar a expulsão do embaixador russo. A Austrália compromete-se a enviar ajuda militar e material médico “não letal”, bem como fundos e apoio à Ucrânia contra ciberataques russos.
Citado pela agência France Press, o Chefe de Estado ucraniano saudou a formação de uma “coligação” internacional de países fornecedores de ajuda à Ucrânia, no quarto dia de invasão russa ao seu país.
O Secretário-Geral da OTAN, Jens Stoltenberg, anunciou que, pela primeira vez, se está a mobilizar uma força de resposta como parte da defesa colectiva para evitar o alastramento do conflito para o território da Aliança Atlântica. A França vai enviar “mais de 1.500 soldados para reforçar as posições da OTAN no flanco leste”, conforme o Estado-Maior francês.
ONU fala em 160 mil deslocados
Este domingo há nova reunião do Conselho de Segurança da ONU, em Nova Iorque. António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, telefonou ao presidente ucraniano no sábado e assegurou-lhe o compromisso da ONU no envio de ajuda e assistência humanitária. Volodymyr Zelensky pediu-lhe para fazer tudo para privar a Rússia, membro permanente do Conselho de Segurança, do seu direito de veto.
Na sexta-feira, Moscou impediu o Conselho de Segurança de condenar o país graças ao seu veto. António Guterres disse, ainda, que na terça-feira vai ser lançado um apelo para financiar operações humanitárias na Ucrânia.
A ONU indicou, hoje, que a invasão já fez mais de 160 mil deslocados e mais de 116 mil refugiados nos países vizinhos. A Polônia anunciou que cerca de 115 mil ucranianos se refugiaram no país. Várias centenas de milhares de pessoas estão privadas de água e eletricidade devido à destruição de infra-estruturas civis, várias centenas de casas foram danificadas ou destruídas e pontes e estradas foram bombardeadas, impedindo o abastecimento alimentar e humanitário a muitas localidades.
O último balanço fala em 198 mortos civis e 1115 feridos.
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