Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

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Letrux: ‘Governo não acredita em cultura e consome artista negacionista’

Cantora conta que quando voltou aos palcos, ficou em dúvida se as pessoas ainda tinham interesse pelo seu trabalho

Letrux: ‘Governo não acredita em cultura e consome artista negacionista’
Letrux: ‘Governo não acredita em cultura e consome artista negacionista’
Foto: Ana Alexandrino
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Letícia Novaes, a Letrux, tinha uma extensa agenda para apresentar o seu segundo álbum solo, depois do sucesso do primeiro trabalho, Letrux em Noite de Climão (2017). Quando se preparava para pôr o pé na estrada para mostrar o disco, foi tudo cancelado. Era o início do isolamento social por conta da pandemia.

“Foi um grande coito interrompido”, resume o tempo de quase dois anos que teve para começar os shows de lançamento de Letrux aos Prantos. A volta aos palcos em dezembro diz ter sido “catártico”.

Segundo a cantora e compositora, nos shows as pessoas pareciam não acreditar na retomada. “E eu fiquei dois anos cantando em casa”, lembra.

Ela afirma também ter se sentido estranha no retorno. “Fiquei me perguntando se as pessoas ainda teriam interesse em meu trabalho”, diz. Antes dos álbuns singles, Letrux chegou a lançar no passado outros três trabalhos quando fazia duo com Lucas Vasconcellos no Letuce.

Questionada se ainda compensa fazer álbum, em meio à enxurrada de singles apresentados na pandemia (inclusive ela o fez), explica que sua formação de escritora (já foi colunista do jornal O Globo e publicou livros) a impele a contar histórias.

“Acho-me muito mais uma cronista do que uma cantora. Só sei contar histórias. A inauguração de um álbum é muito importante pra mim”, declara. “Sou fã das sensações que o artista pode causar ao construir um álbum. O que o artista quer dizer da primeira a última música”.

Ela afirma querer o impeachment de Bolsonaro em 2022. “O governo não acredita em cultura. Não sei o que essa gente faz. Só consomem artistas negacionistas”, diz. “Queria um País que respeitasse mais a cultura, principalmente o independente, fértil, que gera empregos”.

Assista a entrevista na íntegra:

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