Economia

A Semana do Mercado: Ucrânia e inflação ditam incertezas

Sobram especulações acerca do grau de agressividade com que o Fed, banco central norte-americano, vai subir os juros e drenar a liquidez injetada para estimular a economia na pandemia

A Semana do Mercado: Ucrânia e inflação ditam incertezas
A Semana do Mercado: Ucrânia e inflação ditam incertezas
Os exércitos russo e bielorrusso em exercício de 10 dias em Belarus, próximo da fronteira com a Ucrânia. AFP PHOTO /Russian Defence Ministry
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O feriado (Dia de George Washington) nos EUA reduz a liquidez nos mercados mundiais, dominado pela crescente tensão entre a Rússia e o Ocidente por causa da Ucrânia, à qual se somam as especulações acerca do grau de agressividade com que o Fed, banco central norte-americano, vai subir os juros e drenar a liquidez injetada para estimular a economia na pandemia.

Por aqui, novos dados sobre a inflação constituem os principais influenciadores do mercado financeiro nesta semana. O Fed já deixou claro que aumentará a taxa básica de juros na sua próxima reunião, em março, a fim de conter uma inflação como não se
vê há quatro décadas, muito acima da meta de 2% do banco. Contudo, o Fed não deu nenhuma pista sobre a dosimetria do aperto monetário anunciado.

Nessa toada, o mercado fica escrutinando as declarações dos integrantes do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que define a política monetária norte-americana. O comitê está dividido. Na sexta, enquanto o o governador do Fed de St. Louis, James Bullard, pedia medidas agressivas para conter a inflação, seu colega do Fed de Nova York, John Williams, dizia ver pouca necessidade de juros muito altos.

De objetivo, o que os mercados internacionais vão observar é o Índice de Precos das Despesas de Consumo Pessoal (PCE – Personal Consumption Expenditure), o indicador de inflação preferido do Fed, que será divulgado na sexta-feira.

A expectativa é que o índice de janeiro registre uma variação em 12 meses da ordem de 6%, com o núcleo do índice, que exclui
itens mais voláteis, como alimentos e energia, fique em 5,2%. Por aqui, investidores, gestores e operadores mantêm um olho nos balanços da safra atual, notadamente das gigantes Vale e Petrobras, e outro na inflação, (divulgação na quarta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA-15 que funciona como uma “prévia” da inflação do mês de fevereiro, e do Índice Geral de Preços – Mercado, o IGP-M, na sexta). A expectativa é de um IPCA-15 de 0,7% (mas tem gente apostando em 0,85%, o que confirmaria
um reaquecimento da inflação) e um IGP-M de 1,65%.

O Relatório Focus com as projeções de economistas do mercado financeiro divulgado esta manhã pelo Banco Central (BC) mostra um ligeiro aumento nas expectativas da inflação deste ano. A projeção para o IPCA subiu de 5,50% para 5,56% (estava em 5,16% quatro semanas atrás) – insuficiente para alterar as estimativas da Selic, a taxa básica de juros da economia, que permanecem
em 12,25% para dezembro. Também nada a declarar sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de magérrimo 0,30%.

Já em relação ao câmbio, os economistas ouvidos pelo BC antecipam que a moeda americana – que vem recuando consistentemente desde a virada do ano – feche 2022 em 5,50 reais, ante 5,58 projetados na semana passada e 5,60 reais há quatro semanas.

 

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