Guilherme Boulos
[email protected]Coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Foi candidato à Presidência da República em 2018, pelo PSOL.
A vitória precisará ser conquistada a partir de ampla mobilização nos becos e vielas. É preciso gastar a sola do sapato
Em 1992, o economista James Carvill, integrante da campanha de Bill Clinton à Presidência dos EUA, resumiu o foco da vitória sobre George Bush com a seguinte frase: “É a economia, estúpido!” Sim, o cenário econômico foi decisivo para o descontentamento social que impediu a reeleição do presidente republicano. Famoso e usado à exaustão, o bordão ganha outro sentido nas eleições que enfrentaremos no Brasil este ano.
Se fôssemos analisar os dados econômicos frios, Bolsonaro já estaria derrotado: PIB provavelmente negativo no ano eleitoral, desemprego elevado e inflação crescente. Mesmo quando houve algum crescimento econômico em seu governo, foi alicerçado no agronegócio, que gera poucos empregos e está voltado para a exportação. Pela economia, strictu sensu, a eleição estaria decidida. Isso sem mencionar a conduta criminosa do ex-capitão na pandemia, as suas constantes ameaças autoritárias e os escândalos com milicianos, orçamento secreto e rachadinhas.
Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.