Economia

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A diretoria eleita da Fiesp critica a alta dos juros e propõe foco na política de desenvolvimento

A nota dos industriais paulista marca o início da gestão de Josué Gomes da Silva

Estagflação. Os pátios das montadoras estão abarrotados. A nota da Fiesp, presidida por Josué Gomes, industrial de fato, afirma: a taxa de juros incomoda – Imagem: Jonne Roriz/Estadão Conteúdo e Cláudio Neves/GOVPR
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Os empresários, apoiadores de Bolsonaro desde a campanha eleitoral, ressalvadas as exceções, enfim começaram a reagir à política econômica recessiva com críticas às elevações dos juros. A tomada de posição da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, na forma de uma nota oficial divulgada na quarta-feira 2, intitulada “Muito mais que o Copom”, é incomum não só devido à mudança de tom, da aceitação passiva para a crítica frontal à política do Comitê de Política Monetária do Banco Central, mas também, e este é o destaque principal, por conter a defesa explícita de uma política de desenvolvimento.

A nota marca o início da gestão de Josué Christiano Gomes da Silva, filho de José Alencar Gomes da Silva, vice-presidente de Lula, eleito no ano passado para a presidência da Fiesp com apoio inédito de 95% dos votos no colégio eleitoral composto por 113 sindicatos empresariais. Divulgada na página da entidade na internet, a nota diz que “as reuniões do Copom, como a que hoje elevou a ­Selic de 9,25% para 10,75%, deveriam soar como alerta sobre o que deixamos de fazer a contento para colhermos crescimento econômico com geração de emprego e renda de modo sustentável. O novo patamar da Selic incomoda, e muito, já que a inflação que visa combater não apresenta um perfil condizente para um tratamento exclusivo via aumento dos juros”. O texto critica o peso excessivo da esfera financeira sobre a sociedade ao defender que “muito mais que o BC e o Tesouro, são os poderes da República e a sociedade que devem dar as diretrizes visando o interesse comum do desenvolvimento nacional” e coloca a indústria no centro de uma nova política econômica voltada para “a expansão da renda e a geração de empregos de qualidade”. Na terça-feira 8, vários analistas previam uma elevação da Selic para 12,25%, ou mais que isso.

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