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Câmara aprova o ‘PL do Veneno’ por 301 votos a 150
Entidades e políticos criticam flexibilização de agrotóxicos no Brasil


A Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do chamado “PL do Veneno”, apelido dado ao Projeto de Lei 6.922/2002, que flexibiliza o uso de agrotóxicos no País. O projeto voltou a se movimentar depois de uma paralisação de mais de três anos no Congresso Nacional.
Foram 301 votos a favor do projeto, 150 contra e duas abstenções. Resta, agora, a análise dos destaques.
A aprovação recebeu críticas de entidades e de políticos.
Em postagem nas redes sociais, o Observatório do Clima chamou o bloco de deputados favorável ao projeto de “bancada do câncer” e ressaltou que o Brasil já é líder mundial no consumo de agrotóxicos.
Conforme lembra o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o Brasil já liberou mais de dois mil agrotóxicos nos últimos quatro anos. A organização tem liderado uma mobilização chamada “Campanha Contra os Agrotóxicos e Pela Vida”, com a divulgação de um abaixo-assinado, seminários e atos pelo Brasil.
A deputada Erika Kokay (PT-DF), que votou contra o PL, argumentou que a proposta centraliza no Ministério da Agricultura a liberação das substâncias, processo que atualmente envolve o Ministério do Meio Ambiente e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
“Hoje há três órgãos responsáveis pela liberação dos agrotóxicos, querem diminuir para um. Hoje há uma série de exigências que serão simplesmente rasgadas em detrimento da saúde do povo”, disse Kokay à emissora oficial da Câmara.
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