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Carrefour é condenado na França por suicídio de funcionária
O tribunal penal de Clermont-Ferrand também condenou um gerente a quatro meses de prisão por ‘assédio moral’ e ‘homicídio involuntário’, mas absolveu o diretor da loja acusada


A justiça francesa condenou nesta segunda-feira 7 a multinacional Carrefour a uma multa de 50 mil euros por “homicídio involuntário”, após o suicídio de uma funcionária no centro do país em 2017.
O tribunal penal de Clermont-Ferrand também condenou um gerente a quatro meses de prisão sob sursis por “assédio moral” e “homicídio involuntário”, mas absolveu o diretor da loja acusada.
A empresa francesa, gigante do varejo mundial, também deve publicar a decisão judicial por um mês em todos os supermercados do departamento francês de Puy-de-Dôme.
A pena é inferior à solicitada pelo Ministério Público, que havia pedido na audiência de 27 de janeiro uma multa de 100 mil euros para o Carrefour e seis meses de prisão sob sursis para o gerente.
“O objetivo era conseguir uma condenação, mas há um crime de colarinho branco que causa a morte de uma funcionária e ele é condenado a uma multa de 50 mil euros, uma trivialidade”, lamentou Clémence Marcelot, advogado da família da vítima.
Durante a audiência, a defesa havia pedido a absolvição.
Em 3 de abril de 2017, Viviane Monier, de 46 anos, cometeu suicídio em Vollore-Ville. Em carta manuscrita, a mulher, que trabalhou por 27 anos na loja Carrefour em Thiers, detalhou seu ambiente de trabalho e o assédio moral do qual afirmou ser vítima.
Em outra decisão judicial, que condenou em novembro a empresa por uma “culpa imperdoável”, é descrito um clima “muito ruim” na loja de Thiers “há anos”, com situações de “favoritismo” e “retaliação” contra os funcionários.
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