Política
Palmares: auditoria aponta que Sérgio Camargo afastou servidores sem motivação
Um relatório de investigação interno também citou indícios de ingerência administrativa por parte do presidente da fundação


Uma auditoria interna da Fundação Palmares apurou nulidade em exonerações na instituição, bem como indícios de ingerência administrativa por parte do presidente Sérgio Camargo.
A apuração nos desligamentos do órgão foi determinado pela Justiça do Trabalho de Brasília, em uma ação que analisa atividades relacionadas a gestão de pessoas na fundação.
Em outubro, o juiz do trabalho Gustavo Carvalho Chehab afastou Camargo das atividades relacionadas à gestão de pessoas da instituição, ficando o presidente, proibido de nomear e exonerar servidores.
A ação tem como objetivo apurar denúncias de assédio moral, perseguição ideológica e discriminação contra funcionários da instituição.
O documento que conclui a auditoria chama a atenção de três casos de servidores desligados por Camargo que, segundo o Diário Oficial teriam ocorrido “a pedido”.
Segundo a auditoria, a gestão não apresentou os pedidos que comprovem a “existência e veracidade dos motivos enunciados”.
“A situação apresentada reafirma a fragilidade nos controles internos na gestão de pessoas da entidade”, cita o documento, que conclui que as exonerações devem ser anuladas.
Além da análise dos desligamentos, a auditoria também citou ingerência indevida “no desligamento de empregados vinculados a empresas contratadas”.
No motivo do desligamento consta “inadequação curricular” dos funcionários, no entanto, não há menção sobre o “desempenho insatisfatório dos empregados dispensados” ou de “desconfiança, de descontentamento quanto à postura adotada na prestação de serviço”.
Em nota, a Fundação Palmares afirmou que “as nomeações serão retificadas pela Divisão de Pessoal e encaminhadas ao Ministério do Turismo”, pasta à qual a entidade pública é vinculada.
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