Sociedade

Número de mortos no estado de São Paulo em decorrência das chuvas chega a 27

Na região metropolitana de São Paulo, mais de 132,3 mil imóveis estão em áreas classificadas como de alto e muito alto risco para deslizamentos e enchentes

Número de mortos no estado de São Paulo em decorrência das chuvas chega a 27
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Créditos: Prefeitura de Franco da Rocha
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Os bombeiros resgataram mais três corpos soterrados durante a madrugada em Franco da Rocha, município da Grande São Paulo, em decorrência das fortes chuvas que atingem o estado nos últimos dias. Com isso, sobe para 27 o número de mortos na tragédia.

As vítimas localizadas foram os gêmeos Lucas e Letícia dos Santos Sampaio, de 16 anos, que estavam desaparecidos. Por volta das 5h também foi retirado o corpo de um idoso de 82 anos, identificado como José Bonfim Filho.

Só em Franco da Rocha são sete mortos até o momento e um total de sete desaparecidos. Também há registro de uma pessoa desaparecida em Jaú, no interior de São Paulo.

Das 27 pessoas mortas em todo o estado, ao menos doze são menores de idade, oito crianças e quatro adolescentes. Uma das crianças era um bebê de três meses que chegou a ser socorrido após um desabamento em Itapevi, mas não resistiu. A mãe dele, de 27, foi resgatada e está no Hospital Geral de Itapevi.

A Defesa Civil do estado contabiliza 660 famílias desabrigadas (precisaram sair de casa e estão em abrigos) ou desalojadas (estão em casas de parentes).

Na Grande São Paulo, pelo menos 132 mil imóveis estão em área de risco

Na região metropolitana de São Paulo, mais de 132,3 mil imóveis estão em áreas classificadas como de alto e muito alto risco para deslizamentos e enchentes. Os dados foram compilados pelo jornal Estado de S. Paulo com base no Mapeamento de Riscos de Movimentos de Massa e Inundações de 38 municípios da Grande São Paulo, publicado em 2020 pelo então Instituto Geológico, do Estado. Os números não consideram a capital.

Entre os imóveis, que compreendem residências, comércio e estabelecimentos de serviço, 103,2 mil têm risco elevado para escorregamento ou deslizamento de rocha; 16,6 mil sofrem riscos de inundações; 11,8 mil se encontram em regiões de risco de solapamento e afundamento de margens fluviais; e 23 podem sofrer com erosão. A área de risco soma 5,1 mil quilômetros quadrados.

Entre os municípios com mais com mais imóveis em áreas de alto e muito alto risco estão: Santo André (17,5 mil), Guarulhos (15,7 mil), São Bernardo do Campo (15,1 mil), Mauá e Mogi das Cruzes (ambos com 10,4 mil), Itapevi (8,2 mil) e Itaquaquecetuba (7,4 mil). Ao todo, os dados estaduais apontam 573,1 mil edificações em área de risco na Grande São Paulo, classificadas de muito baixo ao muito alto risco.

Além da realocação das famílias, monitoramento e obras de engenharia, o estudo também faz outras recomendações para diminuir os riscos à população, tais como obras e ações de reurbanização e recuperação do ambiente, a depender do grau de risco. São consideradas importantes a implementação de saneamento básico, coleta de lixo, zeladoria, pavimentação e calçamento permeável, arborização e drenagem, por exemplo. No ambiente, recomenda-se, a recuperação de cabeceiras de bacias com arborização, instalação de cisternas, controle de erosão, assoreamento e limpeza de córregos e criação de parques alagáveis etc.

Na terça-feira 1, após sobrevoar as regiões afetadas pelo acúmulo de chuvas e deslizamentos, o presidente Jair Bolsonaro declarou que faltou ‘visão de futuro’ às pessoas que construíram residências em região de risco. Em uma reunião posterior com os prefeitos dos municípios afetados, o presidente negou o repasse de 471,8 milhões de reais solicitados pelo governo de São Paulo para o atendimento das cidades prejudicadas pelos temporais. O presidente disse que o governo federal fará ‘o possível’ para atender as demandas das localidades.

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