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‘Eu só quero justiça. E peço: por favor, me ajudem’, diz mãe de congolês assassinado no Rio
Moïse Kabagambe foi espancado até a morte após se dirigir ao quiosque Tropicália, no posto 8 da Barra da Tijuca, para cobrar pagamento em atraso
A mãe do congolês Moïse Kabagambe, brutalmente assassinado na segunda-feira 24 no posto 8 da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, pede Justiça às autoridades brasileiras após o ocorrido.
“A gente vem para cá achando que todo mundo vai viver junto. Que é todo mundo igual, mas não. Eu só quero justiça. E peço: por favor, me ajudem. Eu não tenho nada. Não tenho parente nenhum aqui. Eu não sei o que vai acontecer. Não sei aonde vamos parar”, disse, em entrevista ao O Globo, ao também relembrar que a família chegou ao País em 2014, para fugir de uma guerra civil da República Democrática do Congo.
No relato à reportagem, a mãe do jovem de 24 anos, atrela o ocorrido ao fato do filho ser negro e migrante.
“Olha a foto do meu filho, meu bebezinho. Era um menino bom. Era um menino bom. Era um menino bom. Eles quebraram o meu filho. Bateram nas costas, no rosto. Ó, meu Deus. Ele não merecia isso. Eles pegaram uma linha (uma corda), colocaram o meu filho no chão, o puxaram com uma corda. Por quê? Por que ele era pretinho? Negro? Eles mataram o meu filho porque ele era negro, porque era africano”.
O jovem foi espancado até a morte na segunda-feira 24 após se dirigir ao quiosque Tropicália, no posto 8 da Barra da Tijuca, para cobrar o pagamento de dois dias de trabalho em atraso. Ele atuava como atendente no local. Moïse discutiu com o dono do estabelecimento e, em determinado momento, quatro homens teriam sido chamados pelo patrão e, junto com ele, agredido o congolês.
O espancamento durou cerca de 15 minutos e foi registrado por câmeras de segurança do quiosque. Segundo testemunhas, os homens que bateram em Moïse usaram pedaços de madeira e um taco de beisebol. Ele foi encontrado em uma escada, com mãos e pernas amarrados e já sem vida.
Uma perícia feita pelo Instituto Médico Legal no corpo do jovem constatou que a morte se deu em decorrência de traumatismo do tórax, com contusão pulmonar, causada por ação contundente. O laudo atestou que os pulmões de Moïse tinham áreas hemorrágicas de contusão e também vestígios de broncoaspiração de sangue.
A Delegacia de Homicídios da Capital, que investiga o caso, está analisando imagens das câmeras de segurança para tentar esclarecer o crime. Oito pessoas já prestaram depoimento na DH. A polícia disse que novas testemunhas serão ouvidas durante essa semana. Até o fechamento da reportagem, ninguém foi preso
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