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Moro se tornou literalmente milionário em um ano na Alvarez & Marsal, diz Lenio Streck

‘A não ser um banqueiro, quem ganha isso em poucos meses de trabalho’, questionou o jurista em entrevista a CartaCapital

Moro se tornou literalmente milionário em um ano na Alvarez & Marsal, diz Lenio Streck
Moro se tornou literalmente milionário em um ano na Alvarez & Marsal, diz Lenio Streck
Lenio Streck e Sergio Moro: Fotos: Divulgação e Nelson Almeida/AFP
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Os 3,7 milhões de reais embolsados pelo ex-juiz Sergio Moro em sua passagem pela consultoria norte-americana Alvarez & Marsal representam “um pecadão”, segundo a análise de Lenio Streck, jurista, pós-doutor em Direito e professor de Direito Constitucional.

“A Alvarez & Marsal tem um olho clínico. A empresa, além de fazer todo esse trabalho de cuidar das recuperações fiscais, é um excelente avaliador financeiro”, ironizou Streck em contato com CartaCapital. “Todo mundo quer ganhar esse valor. Me diga: a não ser um banqueiro, quem ganha isso em poucos meses de trabalho? O Sergio Moro se tornou milionário em um ano – literalmente milionário.”

Segundo Moro, o salário bruto na empresa era de 45 mil dólares (mais de 242 mil reais). Ele também recebeu um bônus pela assinatura de contrato de cerca de 800 mil reais, dos quais devolveu 67 mil ao romper o vínculo, aproximadamente um ano depois. Os valores foram divulgados nesta sexta-feira 28 durante transmissão ao vivo nas redes sociais.

“Ficam falando que eu enriqueci. Não enriqueci. Fui trabalhar lá, recebi um bom salário”, alegou. “Com todo o histórico, o reconhecimento internacional por meu trabalho na Lava Jato, é normal que você tenha, com todas essas qualificações, um salário bom lá para os padrões dos Estados Unidos. Mas longe de ter enriquecido”.

A Alvarez & Marsal recebeu no mínimo 42,5 milhões de reais de companhias investigadas pela Lava Jato, divididos da seguinte forma:

  • 1 milhão por mês da Odebrecht e da Atvos (antiga Odebrecht Agroindustrial);
  •  150 mil da Galvão Engenharia;
  • 115 mil do Estaleiro Enseada (que tem como sócias Odebrecht, OAS e UTC);
  • e 97 mil da OAS.

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