CartaCapital
Dura na queda, Elza Soares deixou de ser estatística para virar referência
Nascida na pobreza extrema e tendo perdido dois filhos por inanição, a cantora equilibrou ascensão com ostracismo e modernizou a música brasileira
“Preciso ser amada, meu filho”, me dizia, em julho de 1999, uma tristonha Elza Soares ao telefone. O motivo do abalo devia-se ao fato de a gravadora Universal Music ter embargado o lançamento de Elza ao Vivo – Carioca da Gema por causa da inclusão de Sá Marina, composição de Antônio Adolfo e Tibério Gaspar, cuja exclusividade havia sido prometida para Ivete Sangalo.
O fato fez com que muitos jornalistas se lançassem na defesa de Elza e questionassem a gravadora por ter partido com tanta fúria sobre uma artista então independente. A Universal voltou atrás na decisão e liberou a faixa. Mas o estrago já havia sido feito. Carioca da Gema saiu em duas versões – uma com e outra sem Sá Marina –, que prejudicou o bom andamento do álbum.
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